encerrado para pausa veranil

© Martin Parr

as coisas semelhantes

Um dia tiveste a minha idade e tantas ou mais coisas
partidas do que eu. Um coração, o fecho de um colar de pérolas,
aqueles olhos vazios como o aquário verde no topo da estante,
demasiadas palavras armadas em metáforas. Coisas semelhantes
que mais tarde alguém tentou reparar. Tempo, amor e morte – sobretudo
os seus lugares vazios.
E uma pele capaz de os alojar.


Inês Fonseca Santos

eu queria ter sido amor

Morava sozinho. Morreu de repente, rodeado por milhares de livros, documentos, fotos e testemunhos de gratidão de instituições científicas. Quando examinaram tudo aquilo, encontraram um papel azul com o início de uma confissão: "Eu queria ter sido actor."


David Lagmanovich

se eu fosse um concerto

toda certeza é burra

Se quiser ser feliz, dê instruções para iludir seu relógio, deixe as cortinas cerradas e ache graça no reflexo roxo que ela faz na parede branca. Renda-se ao arrepio, ao sorvete de flocos como café da manhã e chore. De rir. Só para variar os tempos. Fale de pinguins, alimentos azuis, castanhas na brasa e pintas novas espalhadas pelo corpo. Encha a banheira até transbordar e lá dentro despeje meio litro de água de flor de laranjeira. Dizem que é para aromatizar mingaus, mas quer coisa mais doce e aveludada que a tua pele? Quebre três copos para abrir os trabalhos, coloque Katia b – Só deixo meu coração na mão de quem pode – para tocar e dance usando apenas roupão japonês de seda falsa, porém quase tão boa quanto a original. Não faça planos e nem aceite pedidos, mas aproveite a boca, a língua, o gosto. Permita que o vento remexa no emaranhado destes teus cabelos e que ele se esconda debaixo da tua saia para fugir do mundo. Esqueça que foram negros tempos, que descobriste um potencial de dor antes desconhecido, que só há moedas na tua bolsa e que há quem escolha a falsa paz no lugar da espada. Quem quer ser feliz, é. Simples assim. O que fica entre uma coisa é outra é um rio de água barrenta, fria, com sangue-suga rodeando as pedras cheias de arestas afiadas. Mas te garanto que nem dói tanto assim passar por ele. Do outro lado da borda vais estar com arranhões que cicatrizam com dois beijos e um frio que passa já nos primeiros raios de sol. O mais difícil é decidir. Mas hoje é a sexta 13 do ano do fim do mundo. Que sejam iniciadas as comemorações. Os cavalos marinhos estão a postos.


Cristiane Lisbôa

samsa

Gregor Samsa sonhava muitas vezes com insectos. Eram sonhos agradáveis, em que ele saía pelas ruas a exibir a sua bela carapaça e sucumbia ao apelo das feromonas, entregando-se à lascívia e à fornicação com fêmeas em cujos élitros se reflectia o arco-íris. O problema era de manhã. Na casa de banho, ao espalhar a espuma na cara, via-se ao espelho e deparava com o rosto anguloso daquele colega esquisito lá da repartição, o Franz. Era como se durante a noite se tivesse transformado naquele homenzinho opaco e vagamente sinistro. Depois de se barbear, o espelho devolvia-lhe o verdadeiro rosto: arredondado, lustroso, banal. Mas os pequenos golpes da navalha, na bochecha ou no queixo (mesmo por baixo do lábio inferior), prolongavam pelo dia fora o desconforto da sensação matinal, semelhantes a marcas feitas por um escultor que hesitasse e, tendo já iniciado a obra, preferisse deixar o trabalho para mais tarde.


José Mário Silva

edge

The woman is perfected.
Her dead

Body wears the smile of accomplishment,
The illusion of  a Greek  necessity

Flows in the scrolls of her toga,
Her bare

Feet seem to be saying:
We have come so far, it is over.

Each dead child coiled, a white serpent,
One at each little

Pitcher of milk, now empty.
She has folded

Them back into her body as petals
Of a rose close when the garden

Stiffens and odors bleed
From the sweet, deep throats of the night flower.

The moon has nothing to be sad about,
Staring from her hood of bone.

She is used to this sort of thing.
Her blacks crackle and drag.


Sylvia Plath

love letter

Not easy to state the change you made.
If I’m alive now, then I was dead,
Though, like a stone, unbothered by it,
Staying put according to habit.
You didn’t just toe me an inch, no -
Nor leave me to set my small bald eye
Skyward again, without hope, of course,
Of apprehending blueness, or stars.

That wasn’t it. I slept, say: a snake
Masked among black rocks as a black rock
In the white hiatus of winter -
Like my neighbors, taking no pleasure
In the million perfectly-chiseled
Cheeks alighting each moment to melt
My cheek of basalt, they turned to tears
Angels weeping over dull natures,
But didn’t convince me. Those tears froze.
Each dead head had a visor of ice.

And I slept on like a bent finger.
The first thing I saw was sheer air
And the locked drops rising in a dew
Limpid as spirits.
Many stones lay
Dense and expressionless round about.
I didn’t know what to make of it.
I shone, mica-scaled, and unfolded
To pour myself out like a fluid
Among bird feet and the stems of plants.
I wasn’t fooled. I knew you at once.

Tree and stone glittered, without shadows.
My finger-length grew lucent as glass.
I started to bud like a March twig:
An arm and a leg, an arm, a leg.
From stone to cloud, so I ascended.
Now I resemble a sort of god
Floating through the air in my soul-shift
Pure as a pane of ice. It’s a gift.


Sylvia Plath

How vain it all is.

Roll into a city,
rise from the city’s dust,
take over a post
and diguise yourself
to avoid exposure

Fulfill the promises
before a tarnished mirror in the air,
before a shut door in the wind.

Untraveled are the paths on the steep slope of heaven.


Ingeborg Bachmann

for the summer

© Philip-Lorca diCorcia

Assim passam os anos.

Passam os anos,
e mesmo que a vida me acuse de imobilidade,
também eu viajei.
Como uma partícula de pó
percorri a casa e e prendi-me aos livros.
Como um insecto repousei na borda dos açudes,
ou simplesmente fui uma mulher que de tarde em tarde
olhou para o mar
procurando barcos esquecidos pela neblina
e que voltam à memoria
sem esperança diferente da norte


Lauren Mendinueta

Sem perceber nada

A tarde esgotava-se em Rodas,
abril, como todas as promessas cumpridas, perdia interesse
e eu vi correr as tuas lágrimas até ao mar.
Sem perceber nada
nem a tua melancolia nem a migração das aves
nem o assobio dos barcos nem o rosto envelhecido dos capitães,
fechei os olhos.
Ao voltar a abri-los, não sei se eu era diferente
ou se o porto tinha mudado
mas os barcos ancorados embelezaram com a noite.
Tu que olhavas para as colinas
não viste as minhas lágrimas a acender as primeiras lâmpadas.


Lauren Mendinueta

meu amor eu volto já

olá e adeus

O beijo dela foi suave
no “Olá” mas

pesado no “Adeus”.
Tanto que eu beijei-a

outra vez para o “olá”
ser mais longo,

mas desta vez o seu
beijo de “Adeus”

foi tão poderoso
que ela o conseguiu

por em palavras


Hal Sirowitz, A Sul de Nenhum Norte

a queda do muro

Beijá-la
foi como beijar

o Muro de Berlim
enquanto

caía. Houve
um empurrão,

que começou do lado dela,
embora fosse difícil de notar.

Porque o júbilo tornou-se
lentamente em consternação


Hal Sirowitz, A Sul de Nenhum Norte



it wasn't

It wasn’t my day.
My week.
My month.
My year.
My life.
God damn it.


Charles Bukowski

Tanto faz segunda como sexta:

Há um livro nas mãos
e a alma nas nuvens.


Tilly Strauss

let it die

© Nazif Topçuoğlu

haunted love

my darling since
you and
i are thoroughly haunted by
what neither is any
echo of dream nor
any flowering of any

echo(but the echo
of the flower of

Dreaming)somewhere behind us
always trying(or sometimes trying under
us)to is it
find somehow(but O gracefully)a
we, entirely whose least

breathing may surprise
ourselves

—let’s then
despise what is not courage my

darling(for only Nobody knows
where truth grows why
birds fly and
especially who the moon is.


E. E. Cummings

death

Because I could not stop for Death,
He kindly stopped for me;
The carriage held but just ourselves
And Immortality.

We slowly drove, he knew no haste,
And I had put away
My labor, and my leisure too,
For his civility.

We passed the school, where children strove
At recess, in the ring;
We passed the fields of gazing grain,
We passed the setting sun.

Or rather, he passed us;
The dews grew quivering and chill,
For only gossamer my gown,
My tippet only tulle.

We paused before a house that seemed
A swelling of the ground;
The roof was scarcely visible,
The cornice but a mound.

Since then 'tis centuries, and yet each
Feels shorter than the day
I first surmised the horses' heads
Were toward eternity.


Emily Dickinson

contágio

© Natalie Pelosi

sabia chorar

mas agora estou para além das lágrimas.


Sarah Kane, 4.48 Psychosis

e nada será teu

se não um ir até onde não há onde


Alejandra Pizarnik

fear

Fear of seeing a police car pull into the drive.
Fear of falling asleep at night.
Fear of not falling asleep.
Fear of the past rising up.
Fear of the present taking flight.
Fear of the telephone that rings in the dead of night.
Fear of electrical storms.
Fear of the cleaning woman who has a spot on her cheek!
Fear of dogs I've been told won't bite.
Fear of anxiety!
Fear of having to identify the body of a dead friend.
Fear of running out of money.
Fear of having too much, though people will not believe this.
Fear of psychological profiles.
Fear of being late and fear of arriving before anyone else.
Fear of my children's handwriting on envelopes.
Fear they'll die before I do, and I'll feel guilty.
Fear of having to live with my mother in her old age, and mine.
Fear of confusion.
Fear this day will end on an unhappy note.
Fear of waking up to find you gone.
Fear of not loving and fear of not loving enough.
Fear that what I love will prove lethal to those I love.
Fear of death.
Fear of living too long.
Fear of death.

I've said that.


Raymond Carver

se eu fosse um vídeo

com os lábios língua e dentes

comia palavras
como se elas fossem motivo de fome


Maria Sousa, Exercícios para endurecimento de lágrimas

como se fôssemos restos de histórias

num ensaio geral de solidões

o tempo é um argumento
que nos fecha a porta


Maria Sousa, Exercícios para endurecimento de lágrimas

as lágrimas

são locais de olhar por dentro
e enquanto espero que os verbos
sequem
poucas palavras me restam para dizer
que só a sombra tem corpo
e em frases soltas
crescem-me pássaros no reverso dos olhos


Maria Sousa, Exercícios para endurecimento de lágrimas

(not) being there

© Jo Ann Walters

Está tudo a crescer demasiado:

os fins-de-semana, os amores
não correspondidos e as más notícias;
o espaço que se ocupa.
A chuva miúda que cai,
como se ninguém se importasse
— a humidade escorre pelas paredes,
escorre pelos cigarros, uma desistência
que é como um preceito higiénico,
aquilo que se pode subtrair
à equanimidade do mundo
e ter pronto em duas malas (uma
meio vazia). O que há de perigoso
nas vísceras de uma máquina
fotográfica: listas de mercearia,
maus pressentimentos, ruas vazias
ou, vá-se lá saber, a morte em palco.


José Alberto Oliveira

ioiôs perfeitos

Ioiôs perfeitos, esses meus dez dedos,
frutos do desespero quando ao fim
de quinze dias ainda não me estendi inteiro
sobre a cama e tu não vieste tentar saber
se haveria alguma reacção nova.

Não admira pois que eu faça colecção
de todos os sons e ponha ares cinzentos
no meu estômago e crie uma nuvem espessa
de escuro sobre os horários do sono.
Quem ou o quê fez de nós espantalhos e patos
sentados, alvo e setas da mesma ignorância,
donos fingidos de quase nada,
fraude forçada a ver-se em amor?


Helder Moura Pereira

breakdown

© Robyn Cumming, 2009

Se tivesse de recomeçar a vida #3

Não entendo nada da vida. Cada dia que avança entendo menos da vida. Contudo, há horas, as horas perdidas - e só essas - que queria tornar a viver e a perder.


Raul Brandão

Se tivesse de recomeçar a vida #2

O que me pesa é a inutilidade da vida. Agarro-me a um sonho; desfaz-se-me nas mãos; agarro-me a uma mentira e sempre a mesma voz me repete: - É inútil! Inútil!


Raul Brandão

Se tivesse de recomeçar a vida #1

Como em ti, há em mim várias camadas de mortos não sei até que profundidade. Às vezes convoco-os, outras são eles, com a voz tão sumida que mal a distingo, que desatam a falar. Preciso da noite eterna: só num silêncio mais profundo ainda, conto ouvi-los a todos.


Raul Brandão

l'enfer

© Gregory Crewdson

Tudo foi dito cem vezes

Tudo foi dito cem vezes
E muito melhor que por mim
Portanto quando escrevo versos
É porque isso me diverte
É porque isso me diverte
É porque isso me diverte e cago-vos na tromba


Boris Vian

balada ditirâmbica do pequeno e do grande filho-da-puta

I

o pequeno filho-da-puta
é sempre
um pequeno filho-da-puta;
mas não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não tenha
a sua própria
grandeza,
diz o pequeno filho-da-puta.

no entanto, há
filhos-da-puta
que nascem grandes
e
filhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz o pequeno filho-da-puta.

de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos palmos,
diz ainda
o pequeno filho-da-puta.

o pequeno
filho-da-puta
tem uma pequena
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o pequeno filho-da-puta.

no entanto,
o pequeno filho-da-puta
tem orgulho em
ser
o pequeno filho-da-puta.

todos
os grandes filhos-da-puta
são reproduções em
ponto grande
do pequeno filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.

dentro do
pequeno filho-da-puta
estão em ideia
todos os grandes filhos-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.

tudo o que é mau
para o pequeno
é mau
para o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.

o pequeno filho-da-puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o pequeno filho-da-puta.

é o pequeno
filho-da-puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.

de resto,
o pequeno filho-da-puta vê
com bons olhos
o engrandecimento
do grande filho-da-puta:
o pequeno filho-da-puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja, o pequeno filho-da-puta.

II

o grande filho-da-puta
também sem certos casos começa
por ser
um pequeno filho-da-puta,
e não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não possa
vir a ser
um grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.

no entanto, há
filhos-da-puta
que já nascem grandes
e
filhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz o grande filho-da-puta.

de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos palmos,
diz ainda
o grande filho-da-puta.

o grande
filho-da-puta
tem uma grande
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o grande filho-da-puta.

por isso
o grande filho-da-puta
tem orgulho em
ser
o grande filho-da-puta.

todos
os pequenos filhos-da-puta
são reproduções em
ponto pequeno
do grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.

dentro do
grande filho-da-puta
estão em ideia
todos os
pequenos filhos-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.

tudo o que é bom
para o grande
não pode
deixar de ser igualmente bom
para os pequenos filhos-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.

o grande filho-da-puta
foi concebido

pelo grande senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o grande filho-da-puta.

é o grande
filho-da-puta
que dá ao pequeno
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o pequeno filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.

de resto,
o grande filho-da-puta vê
com bons olhos
a multipliccação
do pequeno filho-da-puta:
o grande filho-da-puta
o grande senhor
Santo e Senha
Símbolo Supremo
ou seja, o grande filho-da-puta.


Alberto Pimenta



em chão mais próximo do coração

Estranho é o sono que não te devolve.
Como é estrangeiro o sossego
de quem não espera recado.
Essa sombra como é a alma
de quem já só por dentro se ilumina
e surpreende
e por fora é
apenas peso de ser tarde. Como é
amargo não poder guardar-te
em chão mais próximo do coração.


Daniel Faria

hoje vou com aquele que me levar

e se for uma mulher
vou com as suas mãos que remendam
e não substituem
e se for um homem
vou com as suas mãos que remendam
e não substituem
e se ninguém houver
vou com ninguém que me leva sempre
para onde não quero
e vou com as suas mãos que substituem não remendam
é por isso que à noite
espreito para a janela dos comboios
e cumprimento-me timidamente


Bénédicte Houart

se eu fosse um vídeo




that's when the pain comes in / like a second skeleton / trying to fit beneath the skin / I can't fit the feelings in, oh / every single night's a light with my brain

poemário daqui

A. M. Pires Cabral Abel Neves Adília Lopes Adolfo Casais Monteiro Agustina Bessa-Luís Al Berto Albano Martins Alberto Pimenta Alexandra Malheiro Alexandre Nave Alexandre O'Neill Alice Turvo Alice Vieira Almada Negreiros Américo António Lindeza Diogo Ana Bessa Carvalho Ana C. Ana Caeiro Ana Cristina César Ana Duarte Ana Hatherly Ana Luísa Amaral Ana Marques Gastão Ana Martins Marques Ana Paula Inácio Ana Salomé Ana Tecedeiro Ana Teresa Pereira Ana Tinoco André Tomé Andreia C. Faria Angélica Freitas Ângelo de Lima Aníbal Fernandes António Amaral Tavares António Botto António Dacosta António Franco Alexandre António Gancho António Gedeão António Gregório António José Forte António Manuel Pires Cabral António Maria Lisboa António Mega Ferreira António Osório António Pedro António Quadros Ferro António Ramos Pereira António Ramos Rosa António Rebordão Navarro António Reis António S. Ribeiro Armando Baptista-Bastos Armando Silva Carvalho Artur do Cruzeiro Seixas Bénédicte Houart Bruno Béu Bruno Sousa Villar Camilo Castelo Branco Camilo Pessanha Carlos Alberto Machado Carlos Bessa Carlos de Oliveira Carlos Eurico da Costa Carlos Mota de Oliveira Carlos Poças Falcão Carlos Soares Casimiro de Brito Catarina Nunes de Almeida Cesário Verde Cláudia R. Sampaio Cruzeiro Seixas Daniel Faria Daniel Filipe David Mourão-Ferreira David Teles Pereira Delfim Lopes Dulce Maria Cardoso Eastwood da Silva Eduarda Chiote Egito Gonçalves Ernesto Sampaio Eugénio de Andrade Eugénio Lisboa Fernando Assis Pacheco Fernando Esteves Pinto Fernando Lemos Fernando Pessoa Fernando Pinto do Amaral Fiama Hasse Pais Brandão Filipa Leal Filipe Homem Fonseca Florbela Espanca Frederico Pedreira gil t. sousa Golgona Anghel Gonçalo M. Tavares Helder Moura Pereira Helena Carvalho Helga Moreira Hélia Correia Henrique Manuel Bento Fialho Henrique Risques Pereira Herberto Hélder Inês Dias Inês Fonseca Santos Inês Lourenço Isabel Meyrelles Joana Morais Varela Joana Serrado João Almeida João Bénard da Costa João Cabral de Melo Neto João Camilo João Damasceno João Ferreira Oliveira João Habitualmente João Luís Barreto Guimarães João Maia João Manuel Ribeiro João Miguel Henriques João Pacheco João Pereira Coutinho João Rodrigues João Vasco Coelho Joaquim Manuel Magalhães Joaquim Pessoa Jorge Carrera Andrade Jorge de Sena Jorge Gomes Miranda Jorge Melícias Jorge Roque Jorge Sousa Braga José Agostinho Baptista José Alberto Oliveira José Amaro Dionísio José António Franco José Cardoso Pires José Carlos Barros José Carlos Soares José Efe José Gomes Ferreira José Manuel de Vasconcelos José Mário Silva José Miguel Silva José Pascoal José Ricardo Nunes José Rui Teixeira José Saramago José Sebag José Tolentino Mendonça Judith Teixeira Leitão de Barros Leonor Castro Nunes Luís Miguel Nava Luís Quintais Luiza Neto Jorge Madalena de Castro Campos Mafalda Gomes Manuel A. Domingos Manuel António Pina Manuel Cintra Manuel da Silva Ramos Manuel de Castro Manuel de Freitas Manuel Fúria Manuel Gusmão Marcelino Vespeira Margarida Vale de Gato Maria Ângela Alvim Maria Azenha Maria do Rosário Pedreira Maria Gabriela Llansol Maria João Lopes Fernandes Maria Judite de Carvalho Maria Keil Maria Mergulhão Maria Sousa Maria Teresa Horta Maria Velho da Costa Mário Cesariny Mário Contumélias Mário de Sá-Carneiro Mário Dionísio Mário Quintana Mário Rui de Oliveira Mário-Henrique Leiria Marta Chaves Matilde Campilho Mendes de Carvalho Miguel Cardoso Miguel Martins Miguel Sousa Tavares Miguel Torga Miguel-Manso Nuno Araújo Nuno Bragança Nuno Júdice Nuno Moura Nuno Ramos Nuno Travanca Patrícia Baltazar Paulo José Miranda Pedro Jordão Pedro Loureiro Pedro Mexia Pedro Oom Pedro Santo Tirso Pedro Sena-Lino Pedro Tamen Pedro Tiago Piedade Araujo Sol Raquel Nobre Guerra Raquel Serejo Martins Raul de Carvalho Raul Malaquias Marques Regina Guimarães Reinaldo Ferreira Renata Correia Botelho Ricardo Adolfo Rosa Alice Branco Rosa Maria Martelo Rui Almeida Rui Baião Rui Caeiro Rui Cóias Rui Costa Rui Knopfli Rui Lage Rui Manuel Amaral Rui Nunes Rui Pedro Gonçalves Rui Pires Cabral Rute Mota Ruy Belo Ruy Cinatti Ruy Ventura Samuel Úria Sandra Andrade Sandra Costa Sebastião Alba Sílvio Mendes Soares de Passos Sofia Crespo Sofia Leal Sophia de Mello Breyner Andresen Tatiana Faia Teixeira de Pascoaes Teresa Balté Teresa M. G. Jardim Tiago Araújo Tiago Gomes valter hugo mãe Vasco Gato Vasco Graça Moura Vítor Nogueira Yvette K. Centeno

poemário dali

A. E. Housman Abbas Kiarostami Abel Feu Adelaide Ivánova Adélia Prado Adrienne Rich Agota Kristof Al Purdy Alberto Tugues Alda Merini Aldous Huxley Alejandra Pizarnik Alejandro Jodorowsky Alexander Demidov Alfredo Veiravé Alice Walker Allen Ginsberg Amalia Bautista Amiri Baraka Amy Lowell Amy M. Homes Ana Merino André Breton Andrés Trapiello Angela Carter Anis Mojgani Anna Akhmatova Anna Kamienska Anne Carson Anne Perrier Anne Sexton Antonia Pozzi Antonin Artaud Antonio Gamoneda Antonio Orihuela Antonio Pérez Morte Antonio Sáez Delgado Arnold Lobel Arseny Tarkovsky Arthur Rimbaud Basilio Sánchez Benjamín Prado Bernard-Marie Koltès Billy Collins Boris Vian Brett Elizabeth Jenkins Brian Andreas Brian Patten Carl Phillips Carl Sandburg Carlos Drummond de Andrade Carlos Edmundo de Ory Carlos Marzal Carmen Gloria Berríos Carol Ann Duffy Cecília Meireles Cesare Pavese Charles Baudelaire Charles Bukowski Charles Dana Gibson Charles M. Schulz Chen Bolan Christoph Wilhelm Aigner Clarice Lispector Constantino Cavafy Corey Zeller Countee Cullen Cristopher Painter Cristovam Pavia Czesław Miłosz Damien Sevhac Daniel Clowes Daniel Francoy Daniel Pennac Daphne Gottlieb David Bowie David Lagmanovich David Lehman Delia Brown Delmore Schwarts Derek Walcott Derrick Brown Diamanda Galás Diane Ackerman Djuna Barnes Don Herold Dorianne Laux Dorothea Lasky Dorothy Parker Douglas Huebler Dylan Thomas E. E. Cummings E. Ethelbert Miller E. M. Cioran Edgar Allan Poe Edna O'Brien Eduarda Chiote Eduardo Bechara Eeva-Liisa Manner Egito Gonçalves Eleanor Farjeon Elías Moro Elie Wiesel Elis Regina Elizabeth Bishop Elizabeth Ross Taylor Else Lasker-Schuler Elsie Wood Emily Dickinson Emily Kagan Trenchard Erin Dorsey Eunice de Souza Fabiano Calixto Federico Díaz-Granados Federico García Lorca Félix Grande Fernando Arrabal Fernando Caio de Abreu Fernando Echevarría Fernando Gandra Ferreira Gular Forough Farrokhzad Francisco Madariaga Frank O'Hara Frederico Pedreira G. K. Chesterton Gabriel Celaya Geir Gulliksen Georges Bataille Gerrit Komrij Giánnis Ritsos Giovanny Gómez Glória Gervitz Gottfried Benn Guillaume Apollinaire Günter Kunert Gustavo Adolfo Bécquer Gustavo Ortiz H. P. Lovecraft Hal Sirowitz Hans-Ulrich Treichel Harold Pinter Harvey Shapiro Heiner Müller Heinrich Heine Helen Mort Henri Béhar Henri Michaux Henry Rollins Hermann Hesse Hilda Hilst Hilde Domin Hoa Nguyen Hugh Mackay Hugo von Hofmannsthal Hugo Williams Ingeborg Bachmann Ingmar Heytze Isabel Meyrelles Isabelle McNeill J. M. Fonollosa J. R. R. Tolkien Jack Gilbert Jack Kerouac Jack Winter Jacques Lacan Jacques Prévert James L. White James Rogers James Tate Jane Hirshfield Janet Frame Jean Baudrillard Jean Day Jeanette Winterson Jenny Joseph Jenny Schecter Jesús Llorente Jim Carroll Joan Julier Buck Joan Margarit Jodi Picoult Johann Wolfgang Goethe Johannes Bobrowski John Ashbery John Giorno John Keats John Mateer John Updike Jonathan Littell Jonathan Safran Foer Jonathan Swift Jorge Amado Jorge Luis Borges José Eduardo Agualusa José Gardeazabal José Mateos Joseph Brodsky Joseph Cervavolo József Attila Juan José Millás Juan Ramón Jiménez Judith Herzberg Junko Takahashi Justine Hermitage Katerina Angheláki-Rooke Kathy Acker Kendra Grant Kenneth Patchen Kenneth Traynor Kosntandinos Kavafis Kristina H. Langston Hughes Larissa Szporluk Lauren Mendinueta Laurie Anderson Lawrence Ferlinghetti Lêdo Ivo Leila Miccolis Leonard Cohen Leonardo Chioda Leonardo Da Vinci Leopoldo María Panero Lewis Carroll liam ryan Lígia Reyes Lord Byron Lou Andreas-Salomé Lou Reed Louis Aragon Louis Buisseret Lourdes Espínola Lucía Estrada Luis Alberto de Cuenca Luís Filipe Parrado Luis García Montero Malcolm Lowry Manoel de Barros Manuel Arana Marco Mackaaij Margaret Atwood María Sánchez Marianne Boruch Mariano Peyrou Marin Sorescu Marina Colasanti Martha Carolina Dávila Martin Amis Mary Elizabeth Frye Mary Jo Salter Mary Oliver Mary Ruefle Max Porter Medlar Lucan & Durian Gray Melissa Witcombe Mia Couto Michael Drayton Michel Carpassou Michel Houellebecq Miguel de Cervantes Miriam Reyes Mitch Albom Morgan Parker Muhammad al-Maghut Muriel Rukeyser Natsume Soseki Neil Gaiman Nicanor Parra Nichita Stanescu Nicole Blackman Nina Rizzi Octavio Paz Olga Orozco Omar Khayyam Osho Otávio Campos Pablo Fidalgo Lareo Pablo García Casado Pablo Neruda Pat Boran Patricia Beer Patti Smith Paul Éluard Paul Géraldy Paul Theroux Paulo Leminski Pentti Saaritsa Per Aage Brandt Pere Gimferrer Philip Larkin Philip Roth Philippe Wollney Pia Tafdrup Pier Paolo Pasolini Pierre Reverdy Piotr Sommer Rafael Alberti Rainer Maria Rilke Ramón Gómez de la Serna Raúl Gustavo Aguirre Raymond Carver Raymond Queneau Reinaldo Ferreira Reiner Kunze Richard Brautigan Richard Burton Roald Dahl Robert Creeley Robert Frost Roberto Bolaño Roberto Fernández Retamar Roberto Juarroz Robin Robertson Rod McKuen Roger Wolfe Ron Padgett Rosa Aliaga Ibañez Rosemarie Urquico Rubens Borba de Moraes Rudyard Kipling Russell Edson Ruth Stone Ryan Montanti Saiónji Sanekane Salman Rushdie Salvador Novo Sam Shepard Samuel Beckett Sandro Penna Santiago Nazarian Sei Shonagon Serge Gainsbourg Sharon Olds Shel Silverstein Silvia Chueire Silvia Ugidos Simone de Beauvoir Somerset Maugham Stephen Crane Stephen Wright Steve Mccaffery Stevie Smith Stuart Dischell Sue Goyette Susana Cabuchi Sylvia Plath T. S. Eliot Tai Fu Ku Tanya Davis Tati Bernard Tatianna Rei Moonshadow Tennessee Williams Thom Gunn Tiago Fabris Rendelli Tilly Strauss Tom Baker Tom Waits Toni Montesinos Gilbert Ulla Hahn Valentine de Saint-Point Vicente Aleixandre Victor Heringer Victor Prado Vincenzo Cardarelli Vinicius de Moraes Vladimir Maiakovski Vladimir Nabokov W. H. Auden Walt Whitman Warsan Shire William Blake William Butler Yeats William Carlos Williams William Shakespeare Winnie Meisler Winona Baker Wislawa Szymborska Yehuda Amichai Yohji Yamamoto Yoko Ono Yorgos Seferis Zee Avi

livraria

. A Sul de Nenhum Norte . . Granta . Adolfo Bioy Casares . Al Berto . Alexandre O'Neill . Algernon Blackwood . Ali Smith . Alice Munro . Alice Turvo . Almanaque do Dr. Thackery . Anaïs Nin . Anita Brookner . Ann Beattie . Annemarie Schwarzenbach . Anton Tchekhov . António Ferra . António Lobo Antunes . Arthur Miller . Boris Vian . Bret Easton Ellis . Carlos de Oliveira . Carson McCullers . Charles Bukowski . Chuck Palahniuk . Clarice Lispector . Conde de Lautréamont . Cormac McCarthy . Cristiane Lisbôa . Donald Barthelme . Doris Lessing . Dulce Maria Cardoso . Edith Wharton . Eileen Chang . Elena Ferrante . Enrique Vila-Matas . Erasmo de Roterdão . Ernest Hemingway . Ernesto Sampaio . F. Scott Fitzgerald . Fernando Pessoa . Flannery O'Connor . Florbela Espanca . Françoise Sagan . Franz Kafka . Frida Kahlo . Gabriel García Márquez . Gonçalo M. Tavares . Graça Pina de Morais . Gustave Flaubert . Guy de Maupassant . Harold Pinter . Haruki Murakami . Henri Michaux . Herberto Hélder . Hunter S. Thompson . Irene Lisboa . Irène Némirovsky . Italo Calvino . J. D. Salinger . Jack Kerouac . James Joyce . Jean Cocteau . Jean Genet . Jean Meckert . Jean-Paul Sartre . Jeffrey Eugenides . Jim Cartwright . Joan Didion . John Cheever . José Jorge Letria . José Saramago . Josep Pla . Julian Barnes . Julio Cortázar . Karen Blixen . Kate Chopin . Katherine Mansfield . Kurt Vonnegut . Lázaro Covadlo . Lillian Hellman . Luís de Sttau Monteiro . Luís Miguel Nava . Luiz Pacheco . Lydia Davis . Lygia Fagundes Telles . Malcolm Lowry . Manuel Hermínio Monteiro . Manuel Jorge Marmelo . Marcel Proust . Margaret Atwood . Marguerite Duras . Marguerite Yourcenar . Marina Tsvetáeva . Mário C. Brum . Mário-Henrique Leiria . Mark Lindquist . Marquis de Sade . Max Aub . Miguel Castro Henriques . Miguel Esteves Cardoso . Miguel Martins . Milan Kundera . Natalia Ginzburg . Neil Gaiman . Nick Cave . Norman Rush . Orhan Pamuk . Oscar Wilde . Paul Auster . Paulo Rodrigues Ferreira . Pedro Mexia . Penelope Fitzgerald . Pierre Louÿs . Rainer Maria Rilke . Rainer Werner Fassbinder . Raul Brandão . Ray Bradbury . Rebecca West . Regina Guimarães . Richard Yates . Roland Barthes . Roland Topor . Rolf Dieter Brinkmann . Rui Nunes . S. E. Hinton . Sam Shepard . Samuel Beckett . Sarah Kane . Sebastian Barry . Shirley Jackson . Stig Dagerman . Susan Sontag . Susana Moreira Marques . Sylvia Plath . Tennessee Williams . Teresa Veiga . Tom Baker . Truman Capote . valter hugo mãe . Vasco Gato . Vera Lagoa . Vergílio Ferreira . Virginia Woolf . Vladimir Nabokov . William Faulkner . Woody Allen . Yasunari Kawabata . Yukio Mishima .
page visitor counter

mariaravascosoares@gmail.com
ocinemadaoqueavidatira.tumblr.com