os cães da memória
Quando visto o casaco eles não me largam.
Querem que os leve a dar uma volta,
que lhes atire um pau para que o tragam de volta.
Os olhos deles seguem-me pelo quarto.
Quando pego num livro
baixam a cabeça envergonhados.
Levei-os aos subúrbios
e abri a porta do carro.
Quando cheguei a casa
estavam à minha espera à entrada.
Como é que me convenci
de que ia viver sem eles?
Hugo Williams, trad. Pedro Mexia
Querem que os leve a dar uma volta,
que lhes atire um pau para que o tragam de volta.
Os olhos deles seguem-me pelo quarto.
Quando pego num livro
baixam a cabeça envergonhados.
Levei-os aos subúrbios
e abri a porta do carro.
Quando cheguei a casa
estavam à minha espera à entrada.
Como é que me convenci
de que ia viver sem eles?
Hugo Williams, trad. Pedro Mexia
com paixão e hipocondria
Confortamo-nos com histórias laterais,
evitamos o toque, há risco de contágio;
por mais que preservemos a franqueza
passou o estágio já da frontal alegria:
estamos bem - entretanto admitimos não
saber, e enquanto resta isto indefinido,
mesmo com luvas, pinças de parafina,
não sondamos mais, sob pena de crescer
um quisto nesse incisivo sítio onde
achámos sem tacto que menos doía.
Margarida Vale de Gato
evitamos o toque, há risco de contágio;
por mais que preservemos a franqueza
passou o estágio já da frontal alegria:
estamos bem - entretanto admitimos não
saber, e enquanto resta isto indefinido,
mesmo com luvas, pinças de parafina,
não sondamos mais, sob pena de crescer
um quisto nesse incisivo sítio onde
achámos sem tacto que menos doía.
Margarida Vale de Gato
pela parte que me toca
Morreu-me entre as duas mãos o pássaro
vadio, era o meu peixe azul num aquário,
o fanatismo de ser de um clube, o meu ídolo
com as suas pequenas patas de barro.
Visitava-me muitas vezes, cheguei a crer
que era mais do que um, mas não, era
sempre o mesmo, o meu pássaro com asas
de um negro radioso, talvez não fosse negro,
talvez fosse às riscas, mas o bico, esse
era amarelo torrado e nunca há-de haver outro
como ele. Não lhe dei de comer, porque ele
não precisava, ele desenvencilhava-se sozinho,
acompanhou-me na velhice dos dois sem nada
exigir e agora, de asas caídas e patas trémulas,
veio morrer às minhas mãos o meu amigo.
Helder Moura Pereira
vadio, era o meu peixe azul num aquário,
o fanatismo de ser de um clube, o meu ídolo
com as suas pequenas patas de barro.
Visitava-me muitas vezes, cheguei a crer
que era mais do que um, mas não, era
sempre o mesmo, o meu pássaro com asas
de um negro radioso, talvez não fosse negro,
talvez fosse às riscas, mas o bico, esse
era amarelo torrado e nunca há-de haver outro
como ele. Não lhe dei de comer, porque ele
não precisava, ele desenvencilhava-se sozinho,
acompanhou-me na velhice dos dois sem nada
exigir e agora, de asas caídas e patas trémulas,
veio morrer às minhas mãos o meu amigo.
Helder Moura Pereira
sobre a nossa morte bem muito obrigado
Vem um dia em que o corpo não responde
não acorda não condiz
não se habitua
É uma primeira e definitiva recusa: alheio
não se dá ao trabalho de
avisar ou despedir-se
- o corpo
vem um dia: agora e na hora
da nossa morte
amen
Rui Caeiro
não acorda não condiz
não se habitua
É uma primeira e definitiva recusa: alheio
não se dá ao trabalho de
avisar ou despedir-se
- o corpo
vem um dia: agora e na hora
da nossa morte
amen
Rui Caeiro
se uma mulher incomoda muita gente,
uma mulher incomoda
é interditada
levada para o depósito
das mulheres que incomodam
loucas louquinhas
tantãs da cabeça
ataduras banhos frios
descargas elétricas
são porcas permanentes
mas como descobrem os maridos
enriquecidos subitamente
as porcas loucas trancafiadas
são muito convenientes
interna, enterra
Angélica Freitas
é interditada
levada para o depósito
das mulheres que incomodam
loucas louquinhas
tantãs da cabeça
ataduras banhos frios
descargas elétricas
são porcas permanentes
mas como descobrem os maridos
enriquecidos subitamente
as porcas loucas trancafiadas
são muito convenientes
interna, enterra
Angélica Freitas
apaixonados em desespero de causa
Separem dois apaixonados. Metam na panela uma porção de manteiga do tamanho de um bebé. Quando a manteiga estiver bem quente, matem os apaixonados em lágrimas, tirem-lhes as vísceras, depois ponham-nos a cozer juntos. Quando apresentarem um belo aspecto esbranquiçado, retire-nos. Façam um refogado com farinha misturada na manteiga. Quando a farinha apresentar uma cor castanho escura, acrescentem dois litros de água ou de caldo. Depois temperem com sal, pimenta, um raminho de lírios (se for tempo deles), tomilho e louro. Voltem a meter os apaixonados na panela, juntamente com uma dúzia de cebolinhas e, quinze minutos antes de servir, cogumelos quanto baste. Podem acrescentar-se pancada e injúrias.
Roland Topor, A Cozinha Canibal
Roland Topor, A Cozinha Canibal
agente de seguros em sua apólice
Extraiam as miudezas ao vosso agente e, se for necessário, façam-lhe um pequeno corte debaixo da cabeça para que não fique nada la dentro. Limpem-no bem, esfreguem-no suavemente a fim de lhe poupar a pele, lavem-no até estar apresentável. Em seguida, ponham-no a cozer a lume brando. Se o agente for gordo, são precisas quatro horas de cozedura; se não, três horas chegam.
Para servir, disponham uma apólice de seguros sobre uma travessa comprida, enfeitem com moedas, cartões de identidade, flores, e acompanhem o agente com um longo assobio de admiração, que não lhe aquece nem arrefece, mas que vos fará sentir bem.
Roland Topor, A Cozinha Canibal
Para servir, disponham uma apólice de seguros sobre uma travessa comprida, enfeitem com moedas, cartões de identidade, flores, e acompanhem o agente com um longo assobio de admiração, que não lhe aquece nem arrefece, mas que vos fará sentir bem.
Roland Topor, A Cozinha Canibal
a esperança
A esperança é uma puta
gorda, sentada esta noite
numa cadeirinha de bonecas
azul-Estádio. Incharam-lhe os pés
de tanto buscar e balouça
os sapatos ao descompasso
de canções em que o nome
nunca é o seu.
Exige pré-pagamento,
garante que sai sempre
como a sorte que nem sempre tem,
e depois cobra a fé por impulso,
tapa o silêncio com luzes
de natal, um vestido inflamável,
gargalhadas de ponta e mola.
Cá fora as pombas adormeceram
aplicadamente à espera de um sol igual,
há constelações desmanchadas
no asfalto. Ela é a última espectadora
de mais uma última sessão,
mas a tristeza continua emboscada,
a tocar de costas para o mundo.
Apanha do chão uma ideia deixada a meio,
acende-a, hesita por instantes
se serão mais estrangeiros os turistas,
os imigrantes que prometem especialidades
de um país que não é o seu nem este,
ou ela própria. Não regressa
a casa com ninguém:
volta a guardar-se inteira numa mala,
só para se poder perder de vez.
Inês Dias
gorda, sentada esta noite
numa cadeirinha de bonecas
azul-Estádio. Incharam-lhe os pés
de tanto buscar e balouça
os sapatos ao descompasso
de canções em que o nome
nunca é o seu.
Exige pré-pagamento,
garante que sai sempre
como a sorte que nem sempre tem,
e depois cobra a fé por impulso,
tapa o silêncio com luzes
de natal, um vestido inflamável,
gargalhadas de ponta e mola.
Cá fora as pombas adormeceram
aplicadamente à espera de um sol igual,
há constelações desmanchadas
no asfalto. Ela é a última espectadora
de mais uma última sessão,
mas a tristeza continua emboscada,
a tocar de costas para o mundo.
Apanha do chão uma ideia deixada a meio,
acende-a, hesita por instantes
se serão mais estrangeiros os turistas,
os imigrantes que prometem especialidades
de um país que não é o seu nem este,
ou ela própria. Não regressa
a casa com ninguém:
volta a guardar-se inteira numa mala,
só para se poder perder de vez.
Inês Dias
for so long
For so long it's so hot, everything
in life is so intense and then
little by little it goes away, and
then comes the cooling, and then
come the ashes
Philip Roth
CONSERVE ESTE BILHETE ATÉ AO FINAL DA VIAGEM
Devo dizer que sempre preferi
os versos feridos pela prosa
da vida, os versos turvos
que tornam mais transparentes
os negros palcos do tempo, a dor
de sermos filhos das estações
e de andarmos por aí, hora após
hora, entre tudo o que declina
e piora. Em suma, os versos
que gritam: Temos as noites
contadas. E também
os que replicam:
Valha-nos isso.
Rui Pires Cabral
os versos feridos pela prosa
da vida, os versos turvos
que tornam mais transparentes
os negros palcos do tempo, a dor
de sermos filhos das estações
e de andarmos por aí, hora após
hora, entre tudo o que declina
e piora. Em suma, os versos
que gritam: Temos as noites
contadas. E também
os que replicam:
Valha-nos isso.
Rui Pires Cabral
em ouro o negro metal dos acontecimentos
No tempo em que eu e ele brincámos juntos naquele bosque, em crianças, ele demonstrava sempre uma grande fé na iminência do improvável. Acreditava verdadeiramente que o vidoeiro iria estremecer e encolher até se transformar numa princesa encantada, e que ele próprio era realmente um pele-vermelha, cuja identidade se revelaria no momento certo, e que a qualquer instante um tigre poderia erguer-se de entre os fetos com os seus dentes ensanguentados; e Chris esperava todas essas coisas com uma intensidade imaginativa muito superior ao comum devaneio infantil. E por um milhar de indícios, pelo modo como o seu olhar se fixava às vezes nas coisas como se estas se fossem transformar em algo de melhor, pela apaixonada expectativa com que ia ao encontro de novos países ou novas pessoas, eu sabia que aquela fé infantil se comunicara à sua vida adulta.
Chris trocara a sua expectativa de se converter num pele-vermelha pela ânsia de se reconciliar inteiramente com a vida. Havia nele a desesperada esperança de um dia experimentar algo que actuasse na sua existência como uma operação alquímica, convertendo em ouro o negro metal dos acontecimentos, e que a partir dessa revelação ele seguiria o seu caminho enriquecido por uma alegria inextinguível.
Rebecca West, O Regresso do Soldado
Chris trocara a sua expectativa de se converter num pele-vermelha pela ânsia de se reconciliar inteiramente com a vida. Havia nele a desesperada esperança de um dia experimentar algo que actuasse na sua existência como uma operação alquímica, convertendo em ouro o negro metal dos acontecimentos, e que a partir dessa revelação ele seguiria o seu caminho enriquecido por uma alegria inextinguível.
Rebecca West, O Regresso do Soldado
a transcrição do pesadelo
Para que o pesadelo se torne poema
é preciso que o silêncio não tenha rangidos
de alma, de coração ou doutros órgãos
da química inorgânica da existência.
No silêncio permite-se que habitem cores
mas estão proibidos os contrastes gritantes:
negro com carmesim
ou com o tão cantado azul dos olhos.
Talvez um pouco de cor de cobre
terroso de folhas murchas
ou branco com manchas de café na nuca dos cães.
Logo que o pesadelo tenha deitado todo o corpo que tem a deitar
é sujeito a uma série de operações.
Com grande minúcia há que lhe extrair
a suspeita lógica
e depois sem anestesiante
transplantar-lhe algo
da bondade inata dos humanos.
A intervenção mais difícil
consiste em amputá-lo do medo.
Isso consegue-se mergulhando
sem cessar o mau sonho
na santidade da natureza.
E é então que o poema floresce;
folhinha a folhinha
flor a flor
débil a princípio, trémulo,
ergue-se da negra terra que o alimentou
e ousa.
Ousa sonhar
o antídoto da aridez
a palavra.
Katerina Angheláki-Rooke
é preciso que o silêncio não tenha rangidos
de alma, de coração ou doutros órgãos
da química inorgânica da existência.
No silêncio permite-se que habitem cores
mas estão proibidos os contrastes gritantes:
negro com carmesim
ou com o tão cantado azul dos olhos.
Talvez um pouco de cor de cobre
terroso de folhas murchas
ou branco com manchas de café na nuca dos cães.
Logo que o pesadelo tenha deitado todo o corpo que tem a deitar
é sujeito a uma série de operações.
Com grande minúcia há que lhe extrair
a suspeita lógica
e depois sem anestesiante
transplantar-lhe algo
da bondade inata dos humanos.
A intervenção mais difícil
consiste em amputá-lo do medo.
Isso consegue-se mergulhando
sem cessar o mau sonho
na santidade da natureza.
E é então que o poema floresce;
folhinha a folhinha
flor a flor
débil a princípio, trémulo,
ergue-se da negra terra que o alimentou
e ousa.
Ousa sonhar
o antídoto da aridez
a palavra.
Katerina Angheláki-Rooke
prefiro
Prefiro cinema.
Prefiro gatos.
Prefiro-me a gostar dos homens
em vez de amar a humanidade.
Prefiro ter uma agulha preparada com a linha.
Prefiro a cor verde.
Prefiro não afirmar
que a razão é a culpada de tudo.
Prefiro as excepções.
Prefiro sair mais cedo.
Prefiro o ridículo de escrever poemas
ao ridículo de não os escrever.
No amor prefiro os aniversários não redondos
para serem comemorados a cada dia.
Prefiro a terra à paisana.
Prefiro os países conquistados aos países consquistadores.
Prefiro ter objecções.
Prefiro o inferno do caos ao inferno da ordem.
Prefiro os contos de fada dos Grimm às manchetes dos jornais.
Prefiro as folhas sem flores às flores sem folhas.
Prefiro os cães com o rabo não cortado.
Prefiro muitas coisas que aqui não disse,
a outras tantas não mencionadas aqui.
Prefiro os zeros à solta
a tê-los numa fila junto ao algarismo.
Prefiro o tempo do insecto ao tempo das estrelas.
Prefiro isolar.
Prefiro não perguntar quanto tempo ainda e quando.
Prefiro levar em consideração até a possibilidade
do Ser Ter a sua razão.
Wislawa Szymborska
Prefiro gatos.
Prefiro-me a gostar dos homens
em vez de amar a humanidade.
Prefiro ter uma agulha preparada com a linha.
Prefiro a cor verde.
Prefiro não afirmar
que a razão é a culpada de tudo.
Prefiro as excepções.
Prefiro sair mais cedo.
Prefiro o ridículo de escrever poemas
ao ridículo de não os escrever.
No amor prefiro os aniversários não redondos
para serem comemorados a cada dia.
Prefiro a terra à paisana.
Prefiro os países conquistados aos países consquistadores.
Prefiro ter objecções.
Prefiro o inferno do caos ao inferno da ordem.
Prefiro os contos de fada dos Grimm às manchetes dos jornais.
Prefiro as folhas sem flores às flores sem folhas.
Prefiro os cães com o rabo não cortado.
Prefiro muitas coisas que aqui não disse,
a outras tantas não mencionadas aqui.
Prefiro os zeros à solta
a tê-los numa fila junto ao algarismo.
Prefiro o tempo do insecto ao tempo das estrelas.
Prefiro isolar.
Prefiro não perguntar quanto tempo ainda e quando.
Prefiro levar em consideração até a possibilidade
do Ser Ter a sua razão.
Wislawa Szymborska
o inverso
por vezes finjo que sou eu
é formidável
engano toda a gente
eu própria fico confundida
quem és tu, pergunto desconfiada
várias vozes respondem nomes diversos
e chego a acreditar
é o que dá tomar realidades por milagres
ou o inverso
Bénédicte Houart
é formidável
engano toda a gente
eu própria fico confundida
quem és tu, pergunto desconfiada
várias vozes respondem nomes diversos
e chego a acreditar
é o que dá tomar realidades por milagres
ou o inverso
Bénédicte Houart
história das palavras
As mulheres e os homens estavam espalhados pela Terra. Uns estavam maravilhados, outros tinham-se cansado. Os que estavam maravilhados abriam a boca, os que se tinham cansado também abriam a boca. Ambos abriam a boca.
Houve um homem sozinho que se pôs a espreitar esta diferença - havia pessoas maravilhadas e outras que estavam cansadas.
Depois ainda espreitou melhor: Todas as pessoas estavam maravilhadas, depois não sabiam aguentar-se maravilhadas e ficavam cansadas.
As pessoas estavam tristes ou alegres conforme a luz para cada um - mais luz, alegres - menos luz, tristes.
O homem sozinho ficou a pensar nesta diferença. Para não esquecer, fez uns sinais numa pedra.
Este homem sozinho era da minha raça - era um Egípcio!
Os sinais que ele gravou na pedra para medir a luz por dentro das pessoas, chamaram-se hieróglifos.
Mais tarde veio outro homem sozinho que tornou estes sinais ainda mais fáceis. Fez vinte e dois sinais que bastavam para todas as combinações que há ao Sol.
Este homem sozinho era da minha raça - era um Fenício.
Cada um dos vinte e dois sinais era uma letra. Cada combinação de letras uma palavra.
Todos dias faz anos que foram inventadas as palavras.
É preciso festejar todos os dias o centenário das palavras.
Almada Negreiros
Houve um homem sozinho que se pôs a espreitar esta diferença - havia pessoas maravilhadas e outras que estavam cansadas.
Depois ainda espreitou melhor: Todas as pessoas estavam maravilhadas, depois não sabiam aguentar-se maravilhadas e ficavam cansadas.
As pessoas estavam tristes ou alegres conforme a luz para cada um - mais luz, alegres - menos luz, tristes.
O homem sozinho ficou a pensar nesta diferença. Para não esquecer, fez uns sinais numa pedra.
Este homem sozinho era da minha raça - era um Egípcio!
Os sinais que ele gravou na pedra para medir a luz por dentro das pessoas, chamaram-se hieróglifos.
Mais tarde veio outro homem sozinho que tornou estes sinais ainda mais fáceis. Fez vinte e dois sinais que bastavam para todas as combinações que há ao Sol.
Este homem sozinho era da minha raça - era um Fenício.
Cada um dos vinte e dois sinais era uma letra. Cada combinação de letras uma palavra.
Todos dias faz anos que foram inventadas as palavras.
É preciso festejar todos os dias o centenário das palavras.
Almada Negreiros
a medida certa da tua agonia
Não gosto de contar os desastres em detalhe
mas, se quiserem, posso escrever uma lista com nomes e camas.
Sou bem capaz de molhar o pezinho na história da barbarie,
condecorar o medo,
cortar-me a mão com que limpo as feridas
de uma civilização em queda.
Posso perfeitamente
ir afiando o gume da esperança
com a flor branca de um cancro.
Sou, em definitivo, este comediante de rua
que serve a desconhecidos,
em copos pequenos,
à medida certa da sua agonia.
Descobre sonhos
onde outros só encontram coelhos.
Hoje, por exemplo, quanto tirou as luvas,
viu que lhe faltavam dedos.
Golgona Anghel
mas, se quiserem, posso escrever uma lista com nomes e camas.
Sou bem capaz de molhar o pezinho na história da barbarie,
condecorar o medo,
cortar-me a mão com que limpo as feridas
de uma civilização em queda.
Posso perfeitamente
ir afiando o gume da esperança
com a flor branca de um cancro.
Sou, em definitivo, este comediante de rua
que serve a desconhecidos,
em copos pequenos,
à medida certa da sua agonia.
Descobre sonhos
onde outros só encontram coelhos.
Hoje, por exemplo, quanto tirou as luvas,
viu que lhe faltavam dedos.
Golgona Anghel
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Arquivo
~
poemário daqui
A. M. Pires Cabral
Abel Neves
Adília Lopes
Adolfo Casais Monteiro
Agustina Bessa-Luís
Al Berto
Albano Martins
Alberto Pimenta
Alexandra Malheiro
Alexandre Nave
Alexandre O'Neill
Alice Turvo
Alice Vieira
Almada Negreiros
Américo António Lindeza Diogo
Ana Bessa Carvalho
Ana C.
Ana Caeiro
Ana Cristina César
Ana Duarte
Ana Hatherly
Ana Luísa Amaral
Ana Marques Gastão
Ana Martins Marques
Ana Paula Inácio
Ana Salomé
Ana Tecedeiro
Ana Teresa Pereira
Ana Tinoco
André Tomé
Andreia C. Faria
Angélica Freitas
Ângelo de Lima
Aníbal Fernandes
António Amaral Tavares
António Botto
António Dacosta
António Franco Alexandre
António Gancho
António Gedeão
António Gregório
António José Forte
António Manuel Pires Cabral
António Maria Lisboa
António Mega Ferreira
António Osório
António Pedro
António Quadros Ferro
António Ramos Pereira
António Ramos Rosa
António Rebordão Navarro
António Reis
António S. Ribeiro
Armando Baptista-Bastos
Armando Silva Carvalho
Artur do Cruzeiro Seixas
Bénédicte Houart
Bruno Béu
Bruno Sousa Villar
Camilo Castelo Branco
Camilo Pessanha
Carlos Alberto Machado
Carlos Bessa
Carlos de Oliveira
Carlos Eurico da Costa
Carlos Mota de Oliveira
Carlos Poças Falcão
Carlos Soares
Casimiro de Brito
Catarina Nunes de Almeida
Cesário Verde
Cláudia R. Sampaio
Cruzeiro Seixas
Daniel Faria
Daniel Filipe
David Mourão-Ferreira
David Teles Pereira
Delfim Lopes
Dulce Maria Cardoso
Eastwood da Silva
Eduarda Chiote
Egito Gonçalves
Ernesto Sampaio
Eugénio de Andrade
Eugénio Lisboa
Fernando Assis Pacheco
Fernando Esteves Pinto
Fernando Lemos
Fernando Pessoa
Fernando Pinto do Amaral
Fiama Hasse Pais Brandão
Filipa Leal
Filipe Homem Fonseca
Florbela Espanca
Frederico Pedreira
gil t. sousa
Golgona Anghel
Gonçalo M. Tavares
Helder Moura Pereira
Helena Carvalho
Helga Moreira
Hélia Correia
Henrique Manuel Bento Fialho
Henrique Risques Pereira
Herberto Hélder
Inês Dias
Inês Fonseca Santos
Inês Lourenço
Isabel Meyrelles
Joana Morais Varela
Joana Serrado
João Almeida
João Bénard da Costa
João Cabral de Melo Neto
João Camilo
João Damasceno
João Ferreira Oliveira
João Habitualmente
João Luís Barreto Guimarães
João Maia
João Manuel Ribeiro
João Miguel Henriques
João Pacheco
João Pereira Coutinho
João Rodrigues
João Vasco Coelho
Joaquim Manuel Magalhães
Joaquim Pessoa
Jorge Carrera Andrade
Jorge de Sena
Jorge Gomes Miranda
Jorge Melícias
Jorge Roque
Jorge Sousa Braga
José Agostinho Baptista
José Alberto Oliveira
José Amaro Dionísio
José António Franco
José Cardoso Pires
José Carlos Barros
José Carlos Soares
José Efe
José Gomes Ferreira
José Manuel de Vasconcelos
José Mário Silva
José Miguel Silva
José Pascoal
José Ricardo Nunes
José Rui Teixeira
José Saramago
José Sebag
José Tolentino Mendonça
Judith Teixeira
Leitão de Barros
Leonor Castro Nunes
Luís Miguel Nava
Luís Quintais
Luiza Neto Jorge
Madalena de Castro Campos
Mafalda Gomes
Manuel A. Domingos
Manuel António Pina
Manuel Cintra
Manuel da Silva Ramos
Manuel de Castro
Manuel de Freitas
Manuel Fúria
Manuel Gusmão
Marcelino Vespeira
Margarida Vale de Gato
Maria Ângela Alvim
Maria Azenha
Maria do Rosário Pedreira
Maria Gabriela Llansol
Maria João Lopes Fernandes
Maria Judite de Carvalho
Maria Keil
Maria Mergulhão
Maria Sousa
Maria Teresa Horta
Maria Velho da Costa
Mário Cesariny
Mário Contumélias
Mário de Sá-Carneiro
Mário Dionísio
Mário Quintana
Mário Rui de Oliveira
Mário-Henrique Leiria
Marta Chaves
Matilde Campilho
Mendes de Carvalho
Miguel Cardoso
Miguel Martins
Miguel Sousa Tavares
Miguel Torga
Miguel-Manso
Nuno Araújo
Nuno Bragança
Nuno Júdice
Nuno Moura
Nuno Ramos
Nuno Travanca
Patrícia Baltazar
Paulo José Miranda
Pedro Jordão
Pedro Loureiro
Pedro Mexia
Pedro Oom
Pedro Santo Tirso
Pedro Sena-Lino
Pedro Tamen
Pedro Tiago
Piedade Araujo Sol
Raquel Nobre Guerra
Raquel Serejo Martins
Raul de Carvalho
Raul Malaquias Marques
Regina Guimarães
Reinaldo Ferreira
Renata Correia Botelho
Ricardo Adolfo
Rosa Alice Branco
Rosa Maria Martelo
Rui Almeida
Rui Baião
Rui Caeiro
Rui Cóias
Rui Costa
Rui Knopfli
Rui Lage
Rui Manuel Amaral
Rui Nunes
Rui Pedro Gonçalves
Rui Pires Cabral
Rute Mota
Ruy Belo
Ruy Cinatti
Ruy Ventura
Samuel Úria
Sandra Andrade
Sandra Costa
Sebastião Alba
Sílvio Mendes
Soares de Passos
Sofia Crespo
Sofia Leal
Sophia de Mello Breyner Andresen
Tatiana Faia
Teixeira de Pascoaes
Teresa Balté
Teresa M. G. Jardim
Tiago Araújo
Tiago Gomes
valter hugo mãe
Vasco Gato
Vasco Graça Moura
Vítor Nogueira
Yvette K. Centeno
poemário dali
A. E. Housman
Abbas Kiarostami
Abel Feu
Adelaide Ivánova
Adélia Prado
Adrienne Rich
Agota Kristof
Al Purdy
Alberto Tugues
Alda Merini
Aldous Huxley
Alejandra Pizarnik
Alejandro Jodorowsky
Alexander Demidov
Alfredo Veiravé
Alice Walker
Allen Ginsberg
Amalia Bautista
Amiri Baraka
Amy Lowell
Amy M. Homes
Ana Merino
André Breton
Andrés Trapiello
Angela Carter
Anis Mojgani
Anna Akhmatova
Anna Kamienska
Anne Carson
Anne Perrier
Anne Sexton
Antonia Pozzi
Antonin Artaud
Antonio Gamoneda
Antonio Orihuela
Antonio Pérez Morte
Antonio Sáez Delgado
Arnold Lobel
Arseny Tarkovsky
Arthur Rimbaud
Basilio Sánchez
Benjamín Prado
Bernard-Marie Koltès
Billy Collins
Boris Vian
Brett Elizabeth Jenkins
Brian Andreas
Brian Patten
Carl Phillips
Carl Sandburg
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Edmundo de Ory
Carlos Marzal
Carmen Gloria Berríos
Carol Ann Duffy
Cecília Meireles
Cesare Pavese
Charles Baudelaire
Charles Bukowski
Charles Dana Gibson
Charles M. Schulz
Chen Bolan
Christoph Wilhelm Aigner
Clarice Lispector
Constantino Cavafy
Corey Zeller
Countee Cullen
Cristopher Painter
Cristovam Pavia
Czesław Miłosz
Damien Sevhac
Daniel Clowes
Daniel Francoy
Daniel Pennac
Daphne Gottlieb
David Bowie
David Lagmanovich
David Lehman
Delia Brown
Delmore Schwarts
Derek Walcott
Derrick Brown
Diamanda Galás
Diane Ackerman
Djuna Barnes
Don Herold
Dorianne Laux
Dorothea Lasky
Dorothy Parker
Douglas Huebler
Dylan Thomas
E. E. Cummings
E. Ethelbert Miller
E. M. Cioran
Edgar Allan Poe
Edna O'Brien
Eduarda Chiote
Eduardo Bechara
Eeva-Liisa Manner
Egito Gonçalves
Eleanor Farjeon
Elías Moro
Elie Wiesel
Elis Regina
Elizabeth Bishop
Elizabeth Ross Taylor
Else Lasker-Schuler
Elsie Wood
Emily Dickinson
Emily Kagan Trenchard
Erin Dorsey
Eunice de Souza
Fabiano Calixto
Federico Díaz-Granados
Federico García Lorca
Félix Grande
Fernando Arrabal
Fernando Caio de Abreu
Fernando Echevarría
Fernando Gandra
Ferreira Gular
Forough Farrokhzad
Francisco Madariaga
Frank O'Hara
Frederico Pedreira
G. K. Chesterton
Gabriel Celaya
Geir Gulliksen
Georges Bataille
Gerrit Komrij
Giánnis Ritsos
Giovanny Gómez
Glória Gervitz
Gottfried Benn
Guillaume Apollinaire
Günter Kunert
Gustavo Adolfo Bécquer
Gustavo Ortiz
H. P. Lovecraft
Hal Sirowitz
Hans-Ulrich Treichel
Harold Pinter
Harvey Shapiro
Heiner Müller
Heinrich Heine
Helen Mort
Henri Béhar
Henri Michaux
Henry Rollins
Hermann Hesse
Hilda Hilst
Hilde Domin
Hoa Nguyen
Hugh Mackay
Hugo von Hofmannsthal
Hugo Williams
Ingeborg Bachmann
Ingmar Heytze
Isabel Meyrelles
Isabelle McNeill
J. M. Fonollosa
J. R. R. Tolkien
Jack Gilbert
Jack Kerouac
Jack Winter
Jacques Lacan
Jacques Prévert
James L. White
James Rogers
James Tate
Jane Hirshfield
Janet Frame
Jean Baudrillard
Jean Day
Jeanette Winterson
Jenny Joseph
Jenny Schecter
Jesús Llorente
Jim Carroll
Joan Julier Buck
Joan Margarit
Jodi Picoult
Johann Wolfgang Goethe
Johannes Bobrowski
John Ashbery
John Giorno
John Keats
John Mateer
John Updike
Jonathan Littell
Jonathan Safran Foer
Jonathan Swift
Jorge Amado
Jorge Luis Borges
José Eduardo Agualusa
José Gardeazabal
José Mateos
Joseph Brodsky
Joseph Cervavolo
József Attila
Juan José Millás
Juan Ramón Jiménez
Judith Herzberg
Junko Takahashi
Justine Hermitage
Katerina Angheláki-Rooke
Kathy Acker
Kendra Grant
Kenneth Patchen
Kenneth Traynor
Kosntandinos Kavafis
Kristina H.
Langston Hughes
Larissa Szporluk
Lauren Mendinueta
Laurie Anderson
Lawrence Ferlinghetti
Lêdo Ivo
Leila Miccolis
Leonard Cohen
Leonardo Chioda
Leonardo Da Vinci
Leopoldo María Panero
Lewis Carroll
liam ryan
Lígia Reyes
Lord Byron
Lou Andreas-Salomé
Lou Reed
Louis Aragon
Louis Buisseret
Lourdes Espínola
Lucía Estrada
Luis Alberto de Cuenca
Luís Filipe Parrado
Luis García Montero
Malcolm Lowry
Manoel de Barros
Manuel Arana
Marco Mackaaij
Margaret Atwood
María Sánchez
Marianne Boruch
Mariano Peyrou
Marin Sorescu
Marina Colasanti
Martha Carolina Dávila
Martin Amis
Mary Elizabeth Frye
Mary Jo Salter
Mary Oliver
Mary Ruefle
Max Porter
Medlar Lucan & Durian Gray
Melissa Witcombe
Mia Couto
Michael Drayton
Michel Carpassou
Michel Houellebecq
Miguel de Cervantes
Miriam Reyes
Mitch Albom
Morgan Parker
Muhammad al-Maghut
Muriel Rukeyser
Natsume Soseki
Neil Gaiman
Nicanor Parra
Nichita Stanescu
Nicole Blackman
Nina Rizzi
Octavio Paz
Olga Orozco
Omar Khayyam
Osho
Otávio Campos
Pablo Fidalgo Lareo
Pablo García Casado
Pablo Neruda
Pat Boran
Patricia Beer
Patti Smith
Paul Éluard
Paul Géraldy
Paul Theroux
Paulo Leminski
Pentti Saaritsa
Per Aage Brandt
Pere Gimferrer
Philip Larkin
Philip Roth
Philippe Wollney
Pia Tafdrup
Pier Paolo Pasolini
Pierre Reverdy
Piotr Sommer
Rafael Alberti
Rainer Maria Rilke
Ramón Gómez de la Serna
Raúl Gustavo Aguirre
Raymond Carver
Raymond Queneau
Reinaldo Ferreira
Reiner Kunze
Richard Brautigan
Richard Burton
Roald Dahl
Robert Creeley
Robert Frost
Roberto Bolaño
Roberto Fernández Retamar
Roberto Juarroz
Robin Robertson
Rod McKuen
Roger Wolfe
Ron Padgett
Rosa Aliaga Ibañez
Rosemarie Urquico
Rubens Borba de Moraes
Rudyard Kipling
Russell Edson
Ruth Stone
Ryan Montanti
Saiónji Sanekane
Salman Rushdie
Salvador Novo
Sam Shepard
Samuel Beckett
Sandro Penna
Santiago Nazarian
Sei Shonagon
Serge Gainsbourg
Sharon Olds
Shel Silverstein
Silvia Chueire
Silvia Ugidos
Simone de Beauvoir
Somerset Maugham
Stephen Crane
Stephen Wright
Steve Mccaffery
Stevie Smith
Stuart Dischell
Sue Goyette
Susana Cabuchi
Sylvia Plath
T. S. Eliot
Tai Fu Ku
Tanya Davis
Tati Bernard
Tatianna Rei Moonshadow
Tennessee Williams
Thom Gunn
Tiago Fabris Rendelli
Tilly Strauss
Tom Baker
Tom Waits
Toni Montesinos Gilbert
Ulla Hahn
Valentine de Saint-Point
Vicente Aleixandre
Victor Heringer
Victor Prado
Vincenzo Cardarelli
Vinicius de Moraes
Vladimir Maiakovski
Vladimir Nabokov
W. H. Auden
Walt Whitman
Warsan Shire
William Blake
William Butler Yeats
William Carlos Williams
William Shakespeare
Winnie Meisler
Winona Baker
Wislawa Szymborska
Yehuda Amichai
Yohji Yamamoto
Yoko Ono
Yorgos Seferis
Zee Avi
livraria
. A Sul de Nenhum Norte .
. Granta .
Adolfo Bioy Casares .
Al Berto .
Alexandre O'Neill .
Algernon Blackwood .
Ali Smith .
Alice Munro .
Alice Turvo .
Almanaque do Dr. Thackery .
Anaïs Nin .
Anita Brookner .
Ann Beattie .
Annemarie Schwarzenbach .
Anton Tchekhov .
António Ferra .
António Lobo Antunes .
Arthur Miller .
Boris Vian .
Bret Easton Ellis .
Carlos de Oliveira .
Carson McCullers .
Charles Bukowski .
Chuck Palahniuk .
Clarice Lispector .
Conde de Lautréamont .
Cormac McCarthy .
Cristiane Lisbôa .
Donald Barthelme .
Doris Lessing .
Dulce Maria Cardoso .
Edith Wharton .
Eileen Chang .
Elena Ferrante .
Enrique Vila-Matas .
Erasmo de Roterdão .
Ernest Hemingway .
Ernesto Sampaio .
F. Scott Fitzgerald .
Fernando Pessoa .
Flannery O'Connor .
Florbela Espanca .
Françoise Sagan .
Franz Kafka .
Frida Kahlo .
Gabriel García Márquez .
Gonçalo M. Tavares .
Graça Pina de Morais .
Gustave Flaubert .
Guy de Maupassant .
Harold Pinter .
Haruki Murakami .
Henri Michaux .
Herberto Hélder .
Hunter S. Thompson .
Irene Lisboa .
Irène Némirovsky .
Italo Calvino .
J. D. Salinger .
Jack Kerouac .
James Joyce .
Jean Cocteau .
Jean Genet .
Jean Meckert .
Jean-Paul Sartre .
Jeffrey Eugenides .
Jim Cartwright .
Joan Didion .
John Cheever .
José Jorge Letria .
José Saramago .
Josep Pla .
Julian Barnes .
Julio Cortázar .
Karen Blixen .
Kate Chopin .
Katherine Mansfield .
Kurt Vonnegut .
Lázaro Covadlo .
Lillian Hellman .
Luís de Sttau Monteiro .
Luís Miguel Nava .
Luiz Pacheco .
Lydia Davis .
Lygia Fagundes Telles .
Malcolm Lowry .
Manuel Hermínio Monteiro .
Manuel Jorge Marmelo .
Marcel Proust .
Margaret Atwood .
Marguerite Duras .
Marguerite Yourcenar .
Marina Tsvetáeva .
Mário C. Brum .
Mário-Henrique Leiria .
Mark Lindquist .
Marquis de Sade .
Max Aub .
Miguel Castro Henriques .
Miguel Esteves Cardoso .
Miguel Martins .
Milan Kundera .
Natalia Ginzburg .
Neil Gaiman .
Nick Cave .
Norman Rush .
Orhan Pamuk .
Oscar Wilde .
Paul Auster .
Paulo Rodrigues Ferreira .
Pedro Mexia .
Penelope Fitzgerald .
Pierre Louÿs .
Rainer Maria Rilke .
Rainer Werner Fassbinder .
Raul Brandão .
Ray Bradbury .
Rebecca West .
Regina Guimarães .
Richard Yates .
Roland Barthes .
Roland Topor .
Rolf Dieter Brinkmann .
Rui Nunes .
S. E. Hinton .
Sam Shepard .
Samuel Beckett .
Sarah Kane .
Sebastian Barry .
Shirley Jackson .
Stig Dagerman .
Susan Sontag .
Susana Moreira Marques .
Sylvia Plath .
Tennessee Williams .
Teresa Veiga .
Tom Baker .
Truman Capote .
valter hugo mãe .
Vasco Gato .
Vera Lagoa .
Vergílio Ferreira .
Virginia Woolf .
Vladimir Nabokov .
William Faulkner .
Woody Allen .
Yasunari Kawabata .
Yukio Mishima .