ouvido no metro
amanhã cedo não posso, desculpa
tenho um funeral às onze horas
ouço a mulher de pele ardida
dizer à boca do telemóvel
mas depois do enterro fico livre
e penso:
também eu conto com isso
João Miguel Henriques
tenho um funeral às onze horas
ouço a mulher de pele ardida
dizer à boca do telemóvel
mas depois do enterro fico livre
e penso:
também eu conto com isso
João Miguel Henriques
agora é
Agora é diferente
Tenho o teu nome o teu cheiro
A minha roupa de repente
ficou com o teu cheiro
Agora estamos misturados
No meio de nós já não cabe o amor
Já não arranjamos
lugar para o amor
Já não arranjamos vagar
para o amor agora
isto vai devagar
isto agora demora
Manuel António Pina
Tenho o teu nome o teu cheiro
A minha roupa de repente
ficou com o teu cheiro
Agora estamos misturados
No meio de nós já não cabe o amor
Já não arranjamos
lugar para o amor
Já não arranjamos vagar
para o amor agora
isto vai devagar
isto agora demora
Manuel António Pina
"insectos"
Magoam-me extraordinariamente os insectos,
porque não há dúvida que desconfio dos insectos,
de tantos avisos, de tantas patas, cabeças e aqueles olhos,
oh, mais do que tudo aqueles olhos
que não me permitem vigiar o espanto das noites,
a terrível aridez das noites, quando zumbem os insectos,
das noites dos insectos,
quando de repente duvido dos insectos, quando me pergunto: ‘ah, será que há mesmo insectos?’
quando zumbem e zumbem e zumbem os insectos,
quando me magoam os insectos por toda a alma,
com tantas patas, com tantos olhos, com tantos mundos da minha vida
que me estavam a magoar nos insectos
quando zumbem, quando voam, quando chapinham na água quando...
ah!, quando os insectos.
Os insectos devoram a cinza e roem-me as noites
porque saem da terra e da minha carne de insectos os insectos.
Dissecados, dissecados, os insectos!
Isto: dissecados os insectos que zumbiam, que comiam, que roíam, que chapinhavam na água,
ah, no tempo da criação!, o dia da criação,
quando roíam as folhas dos insectos, das árvores dos insectos,
e ninguém, ninguém via os insectos que roíam, que roíam o mundo,
o mundo da minha carne (e a carne dos insectos),
os insectos do mundo dos insectos que roíam.
E estavam verdes, amarelos e da cor da tâmara, da cor da terra seca os insectos,
ocultos, sepultados fora dos insectos e dentro da minha carne,
dentro dos insectos e fora da minha alma,
disfarçados de insectos.
E com olhos que se riam e com caras que se riam e patas
(e patas, que não se riam), estavam os insectos metálicos roendo, roendo e roendo a minha alma, desgraçada, zumbindo e roendo o cadáver da minha alma que zumbia e que não roía,
roendo e zumbido na minha alma, desgraçada, que não zumbia, isso não, mas que por fim roía (roía docemente),
roendo e roendo este mundo metálico e estes insectos metálicos que me estão a roer o mundo de pequenos insectos,
que me estão a roer o mundo e a minha alma,
que me estão a roer a minha alma toda feita de pequenos insectos metálicos
que me estão a roer o mundo, a minha alma, a minha alma,
e, ah!, os insectos,
e, ah!, os malditos insectos.
Dámaso Alonso
porque não há dúvida que desconfio dos insectos,
de tantos avisos, de tantas patas, cabeças e aqueles olhos,
oh, mais do que tudo aqueles olhos
que não me permitem vigiar o espanto das noites,
a terrível aridez das noites, quando zumbem os insectos,
das noites dos insectos,
quando de repente duvido dos insectos, quando me pergunto: ‘ah, será que há mesmo insectos?’
quando zumbem e zumbem e zumbem os insectos,
quando me magoam os insectos por toda a alma,
com tantas patas, com tantos olhos, com tantos mundos da minha vida
que me estavam a magoar nos insectos
quando zumbem, quando voam, quando chapinham na água quando...
ah!, quando os insectos.
Os insectos devoram a cinza e roem-me as noites
porque saem da terra e da minha carne de insectos os insectos.
Dissecados, dissecados, os insectos!
Isto: dissecados os insectos que zumbiam, que comiam, que roíam, que chapinhavam na água,
ah, no tempo da criação!, o dia da criação,
quando roíam as folhas dos insectos, das árvores dos insectos,
e ninguém, ninguém via os insectos que roíam, que roíam o mundo,
o mundo da minha carne (e a carne dos insectos),
os insectos do mundo dos insectos que roíam.
E estavam verdes, amarelos e da cor da tâmara, da cor da terra seca os insectos,
ocultos, sepultados fora dos insectos e dentro da minha carne,
dentro dos insectos e fora da minha alma,
disfarçados de insectos.
E com olhos que se riam e com caras que se riam e patas
(e patas, que não se riam), estavam os insectos metálicos roendo, roendo e roendo a minha alma, desgraçada, zumbindo e roendo o cadáver da minha alma que zumbia e que não roía,
roendo e zumbido na minha alma, desgraçada, que não zumbia, isso não, mas que por fim roía (roía docemente),
roendo e roendo este mundo metálico e estes insectos metálicos que me estão a roer o mundo de pequenos insectos,
que me estão a roer o mundo e a minha alma,
que me estão a roer a minha alma toda feita de pequenos insectos metálicos
que me estão a roer o mundo, a minha alma, a minha alma,
e, ah!, os insectos,
e, ah!, os malditos insectos.
Dámaso Alonso
a matança
Não penses
que a carne apenas é aquela oca
lívida carcaça
em imóvel galope alucinado,
embarrada numa trave da adega.
Não penses
que o milagre anual da salgadeira
vem sem morte e sem trabalhos. Não:
Contar-te-ei
que primeiro atam o porco em sua loja
com uma corda em torno do focinho
e o arrastam à força para o ar lavado e frio.
Contar-te-ei
que o porco luta e resiste: ora sentado
sobre os quartos traseiros (os futuros presuntos),
ora comicamente no solo as quatro patas
fincando com bravura se defende
da mal-agourada violação. Por fim, cedendo,
colocam-no, ainda contrafeito,
entre roncos, bufos e sacões,
no banco, deitado sobre o lado,
por forma a expor o vulnerável,
comestível coração.
Contar-te-ei
que quando a faca penetra nas entranhas,
qual punhal vingador de antiga fome,
o grito é tal, tão desolado e aflito,
tão humano, tão digno de compaixão,
tão de criatura insultada e indefesa -
que tenho de tapar a mãos ambas os ouvidos
e recuar para os fundos da casa,
onde o rumor mal chegue. Ainda assim,
a voz implorativa é uma cascata,
uma cascata lenta e descendente,
em que o animal se esvai.
Quando calado - o sangue
jorrando impetuoso no alguidar -
é sinal que
o porco é morto:
viva o porco!
A. M. Pires Cabral
que a carne apenas é aquela oca
lívida carcaça
em imóvel galope alucinado,
embarrada numa trave da adega.
Não penses
que o milagre anual da salgadeira
vem sem morte e sem trabalhos. Não:
Contar-te-ei
que primeiro atam o porco em sua loja
com uma corda em torno do focinho
e o arrastam à força para o ar lavado e frio.
Contar-te-ei
que o porco luta e resiste: ora sentado
sobre os quartos traseiros (os futuros presuntos),
ora comicamente no solo as quatro patas
fincando com bravura se defende
da mal-agourada violação. Por fim, cedendo,
colocam-no, ainda contrafeito,
entre roncos, bufos e sacões,
no banco, deitado sobre o lado,
por forma a expor o vulnerável,
comestível coração.
Contar-te-ei
que quando a faca penetra nas entranhas,
qual punhal vingador de antiga fome,
o grito é tal, tão desolado e aflito,
tão humano, tão digno de compaixão,
tão de criatura insultada e indefesa -
que tenho de tapar a mãos ambas os ouvidos
e recuar para os fundos da casa,
onde o rumor mal chegue. Ainda assim,
a voz implorativa é uma cascata,
uma cascata lenta e descendente,
em que o animal se esvai.
Quando calado - o sangue
jorrando impetuoso no alguidar -
é sinal que
o porco é morto:
viva o porco!
A. M. Pires Cabral
the rose family
The rose is a rose,
And was always a rose.
But the theory now goes
That the apple's a rose,
And the pear is, and so's
The plum, I suppose.
The dear only knows
What will next prove a rose.
You, of course, are a rose -
But were always a rose.
Robert Frost
And was always a rose.
But the theory now goes
That the apple's a rose,
And the pear is, and so's
The plum, I suppose.
The dear only knows
What will next prove a rose.
You, of course, are a rose -
But were always a rose.
Robert Frost
still life
duas coisas me deu a enxovia
da primeira escola:
recreios; receios
e uma demorada convalescença para
descolarização profunda
se visito o recinto onde me moeram
importam-me sobretudo as pacatas laranjeiras
testemunhas caladas do meu derrubo
e tenho amor por essas árvores como
se tem por um amigo
que ali estão guardando outros coitados
adestrados para porfiar entre si e
desmantelar mais à frente o que ainda sobrar
do mundo
só muito agora me alforrio dos suplícios
que passei
e de que adianta garantir-vos num poema
que estou salvo
se no fim um verso me desdisser
Miguel-Manso, Persianas
da primeira escola:
recreios; receios
e uma demorada convalescença para
descolarização profunda
se visito o recinto onde me moeram
importam-me sobretudo as pacatas laranjeiras
testemunhas caladas do meu derrubo
e tenho amor por essas árvores como
se tem por um amigo
que ali estão guardando outros coitados
adestrados para porfiar entre si e
desmantelar mais à frente o que ainda sobrar
do mundo
só muito agora me alforrio dos suplícios
que passei
e de que adianta garantir-vos num poema
que estou salvo
se no fim um verso me desdisser
Miguel-Manso, Persianas
RUMO A CASA
Na senda de Tranströmer
O nosso telefonema derramou-se na escuridão
e ficou a reluzir entre o campo e a cidade
como a confusão de uma luta com facas.
Posteriormente, inquieto e extenuado na cama de hotel toda a noite,
sonhei que era a agulha de uma bússola
a tentar orientar-me floresta adentro com um coração às voltas.
Robin Robertson, trad. Vasco Gato
O nosso telefonema derramou-se na escuridão
e ficou a reluzir entre o campo e a cidade
como a confusão de uma luta com facas.
Posteriormente, inquieto e extenuado na cama de hotel toda a noite,
sonhei que era a agulha de uma bússola
a tentar orientar-me floresta adentro com um coração às voltas.
Robin Robertson, trad. Vasco Gato
we can make our own miracles here
...but we can make our own miracles here, just the two of us., Joe Harvey, 2013
como destroços na rebentação
No espelho
o olhar desaparece
às vezes desalojado
no meu próprio corpo
às vezes
angustiado
pela angústia
que rola
para lá e para cá como destroços
na rebentação
raspo com um dedo
o vidro
e oiço o mundo gritar.
Pia Tafdrup
o olhar desaparece
às vezes desalojado
no meu próprio corpo
às vezes
angustiado
pela angústia
que rola
para lá e para cá como destroços
na rebentação
raspo com um dedo
o vidro
e oiço o mundo gritar.
Pia Tafdrup
BICHOS
A minha mãe era bióloga. Dizia: "o que mata bichos mata pessoas." As pessoas esquecem-se de que são bichos.
Adília Lopes, BANDOLIM
Adília Lopes, BANDOLIM
sem remédio
Depois de tudo, no vazio
da manhã inabitável,
ajuda-me a negar
este remorso:
eu só queria uma canção
que não morresse
e a hipótese de um poema
que não fosse
o lugar onde me encontro
uma vez mais,
sem desculpa, sem remédio,
diante de mim mesmo.
Rui Pires Cabral
da manhã inabitável,
ajuda-me a negar
este remorso:
eu só queria uma canção
que não morresse
e a hipótese de um poema
que não fosse
o lugar onde me encontro
uma vez mais,
sem desculpa, sem remédio,
diante de mim mesmo.
Rui Pires Cabral
loving the idea
Millie was in the backyard hanging the
laundry. I was watching her from the kitchen
window. Why does this give me so much pleasure?
Because I love her in a million ways, and because
I love the idea of clean laundry flapping in
the wind. It’s timeless, a new beginning, a
promise of tomorrow. Clothespins! God, I love
clothespins. We should stock up on them. Some
day they may stop making them, and then what?
If I were a painter, I would paint Millie hanging
the laundry. That would be a painting that
would make you happy, and break your heart.
You would never know what was in her mind, big
thoughts, little thoughts, no thoughts. Did she
see the hawk circling overhead? Did she
hate hanging laundry? Was she going to run away
with a sailor? The sheets billowing like sails
on an ancient skiff, the socks waving goodbye.
Millie, O Millie, do you remember me? The man
who traveled with cloth napkins and loved you
in the great storm.
James Tate
laundry. I was watching her from the kitchen
window. Why does this give me so much pleasure?
Because I love her in a million ways, and because
I love the idea of clean laundry flapping in
the wind. It’s timeless, a new beginning, a
promise of tomorrow. Clothespins! God, I love
clothespins. We should stock up on them. Some
day they may stop making them, and then what?
If I were a painter, I would paint Millie hanging
the laundry. That would be a painting that
would make you happy, and break your heart.
You would never know what was in her mind, big
thoughts, little thoughts, no thoughts. Did she
see the hawk circling overhead? Did she
hate hanging laundry? Was she going to run away
with a sailor? The sheets billowing like sails
on an ancient skiff, the socks waving goodbye.
Millie, O Millie, do you remember me? The man
who traveled with cloth napkins and loved you
in the great storm.
James Tate
OUVE
As casas não te esperam
não te querem aqui. Não são de chuva
já estes rumores.
Ouves?
Calou-se
o coração. (Tardaste tanto
tanto).
De resto não te vêem,
cega-as o negro sal o negro
vento frente ao mar.
Não perguntes portanto
que fizeram
do solícito lume dos teus mortos.
Não ouviste o presságio?
Raul Malaquias Marques, Traduções de Fala
não te querem aqui. Não são de chuva
já estes rumores.
Ouves?
Calou-se
o coração. (Tardaste tanto
tanto).
De resto não te vêem,
cega-as o negro sal o negro
vento frente ao mar.
Não perguntes portanto
que fizeram
do solícito lume dos teus mortos.
Não ouviste o presságio?
Raul Malaquias Marques, Traduções de Fala
amanhã
Amanhã não sei
se me contemplam
as coisas, se de novo
voltará
a miragem desse nada
amachucado. Errante
astro absurdo
as mãos nos bolsos
sobre o soalho
rangendo
vou.
José Carlos Soares
se me contemplam
as coisas, se de novo
voltará
a miragem desse nada
amachucado. Errante
astro absurdo
as mãos nos bolsos
sobre o soalho
rangendo
vou.
José Carlos Soares
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Arquivo
~
poemário daqui
A. M. Pires Cabral
Abel Neves
Adília Lopes
Adolfo Casais Monteiro
Agustina Bessa-Luís
Al Berto
Albano Martins
Alberto Pimenta
Alexandra Malheiro
Alexandre Nave
Alexandre O'Neill
Alice Turvo
Alice Vieira
Almada Negreiros
Américo António Lindeza Diogo
Ana Bessa Carvalho
Ana C.
Ana Caeiro
Ana Cristina César
Ana Duarte
Ana Hatherly
Ana Luísa Amaral
Ana Marques Gastão
Ana Martins Marques
Ana Paula Inácio
Ana Salomé
Ana Tecedeiro
Ana Teresa Pereira
Ana Tinoco
André Tomé
Andreia C. Faria
Angélica Freitas
Ângelo de Lima
Aníbal Fernandes
António Amaral Tavares
António Botto
António Dacosta
António Franco Alexandre
António Gancho
António Gedeão
António Gregório
António José Forte
António Manuel Pires Cabral
António Maria Lisboa
António Mega Ferreira
António Osório
António Pedro
António Quadros Ferro
António Ramos Pereira
António Ramos Rosa
António Rebordão Navarro
António Reis
António S. Ribeiro
Armando Baptista-Bastos
Armando Silva Carvalho
Artur do Cruzeiro Seixas
Bénédicte Houart
Bruno Béu
Bruno Sousa Villar
Camilo Castelo Branco
Camilo Pessanha
Carlos Alberto Machado
Carlos Bessa
Carlos de Oliveira
Carlos Eurico da Costa
Carlos Mota de Oliveira
Carlos Poças Falcão
Carlos Soares
Casimiro de Brito
Catarina Nunes de Almeida
Cesário Verde
Cláudia R. Sampaio
Cruzeiro Seixas
Daniel Faria
Daniel Filipe
David Mourão-Ferreira
David Teles Pereira
Delfim Lopes
Dulce Maria Cardoso
Eastwood da Silva
Eduarda Chiote
Egito Gonçalves
Ernesto Sampaio
Eugénio de Andrade
Eugénio Lisboa
Fernando Assis Pacheco
Fernando Esteves Pinto
Fernando Lemos
Fernando Pessoa
Fernando Pinto do Amaral
Fiama Hasse Pais Brandão
Filipa Leal
Filipe Homem Fonseca
Florbela Espanca
Frederico Pedreira
gil t. sousa
Golgona Anghel
Gonçalo M. Tavares
Helder Moura Pereira
Helena Carvalho
Helga Moreira
Hélia Correia
Henrique Manuel Bento Fialho
Henrique Risques Pereira
Herberto Hélder
Inês Dias
Inês Fonseca Santos
Inês Lourenço
Isabel Meyrelles
Joana Morais Varela
Joana Serrado
João Almeida
João Bénard da Costa
João Cabral de Melo Neto
João Camilo
João Damasceno
João Ferreira Oliveira
João Habitualmente
João Luís Barreto Guimarães
João Maia
João Manuel Ribeiro
João Miguel Henriques
João Pacheco
João Pereira Coutinho
João Rodrigues
João Vasco Coelho
Joaquim Manuel Magalhães
Joaquim Pessoa
Jorge Carrera Andrade
Jorge de Sena
Jorge Gomes Miranda
Jorge Melícias
Jorge Roque
Jorge Sousa Braga
José Agostinho Baptista
José Alberto Oliveira
José Amaro Dionísio
José António Franco
José Cardoso Pires
José Carlos Barros
José Carlos Soares
José Efe
José Gomes Ferreira
José Manuel de Vasconcelos
José Mário Silva
José Miguel Silva
José Pascoal
José Ricardo Nunes
José Rui Teixeira
José Saramago
José Sebag
José Tolentino Mendonça
Judith Teixeira
Leitão de Barros
Leonor Castro Nunes
Luís Miguel Nava
Luís Quintais
Luiza Neto Jorge
Madalena de Castro Campos
Mafalda Gomes
Manuel A. Domingos
Manuel António Pina
Manuel Cintra
Manuel da Silva Ramos
Manuel de Castro
Manuel de Freitas
Manuel Fúria
Manuel Gusmão
Marcelino Vespeira
Margarida Vale de Gato
Maria Ângela Alvim
Maria Azenha
Maria do Rosário Pedreira
Maria Gabriela Llansol
Maria João Lopes Fernandes
Maria Judite de Carvalho
Maria Keil
Maria Mergulhão
Maria Sousa
Maria Teresa Horta
Maria Velho da Costa
Mário Cesariny
Mário Contumélias
Mário de Sá-Carneiro
Mário Dionísio
Mário Quintana
Mário Rui de Oliveira
Mário-Henrique Leiria
Marta Chaves
Matilde Campilho
Mendes de Carvalho
Miguel Cardoso
Miguel Martins
Miguel Sousa Tavares
Miguel Torga
Miguel-Manso
Nuno Araújo
Nuno Bragança
Nuno Júdice
Nuno Moura
Nuno Ramos
Nuno Travanca
Patrícia Baltazar
Paulo José Miranda
Pedro Jordão
Pedro Loureiro
Pedro Mexia
Pedro Oom
Pedro Santo Tirso
Pedro Sena-Lino
Pedro Tamen
Pedro Tiago
Piedade Araujo Sol
Raquel Nobre Guerra
Raquel Serejo Martins
Raul de Carvalho
Raul Malaquias Marques
Regina Guimarães
Reinaldo Ferreira
Renata Correia Botelho
Ricardo Adolfo
Rosa Alice Branco
Rosa Maria Martelo
Rui Almeida
Rui Baião
Rui Caeiro
Rui Cóias
Rui Costa
Rui Knopfli
Rui Lage
Rui Manuel Amaral
Rui Nunes
Rui Pedro Gonçalves
Rui Pires Cabral
Rute Mota
Ruy Belo
Ruy Cinatti
Ruy Ventura
Samuel Úria
Sandra Andrade
Sandra Costa
Sebastião Alba
Sílvio Mendes
Soares de Passos
Sofia Crespo
Sofia Leal
Sophia de Mello Breyner Andresen
Tatiana Faia
Teixeira de Pascoaes
Teresa Balté
Teresa M. G. Jardim
Tiago Araújo
Tiago Gomes
valter hugo mãe
Vasco Gato
Vasco Graça Moura
Vítor Nogueira
Yvette K. Centeno
poemário dali
A. E. Housman
Abbas Kiarostami
Abel Feu
Adelaide Ivánova
Adélia Prado
Adrienne Rich
Agota Kristof
Al Purdy
Alberto Tugues
Alda Merini
Aldous Huxley
Alejandra Pizarnik
Alejandro Jodorowsky
Alexander Demidov
Alfredo Veiravé
Alice Walker
Allen Ginsberg
Amalia Bautista
Amiri Baraka
Amy Lowell
Amy M. Homes
Ana Merino
André Breton
Andrés Trapiello
Angela Carter
Anis Mojgani
Anna Akhmatova
Anna Kamienska
Anne Carson
Anne Perrier
Anne Sexton
Antonia Pozzi
Antonin Artaud
Antonio Gamoneda
Antonio Orihuela
Antonio Pérez Morte
Antonio Sáez Delgado
Arnold Lobel
Arseny Tarkovsky
Arthur Rimbaud
Basilio Sánchez
Benjamín Prado
Bernard-Marie Koltès
Billy Collins
Boris Vian
Brett Elizabeth Jenkins
Brian Andreas
Brian Patten
Carl Phillips
Carl Sandburg
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Edmundo de Ory
Carlos Marzal
Carmen Gloria Berríos
Carol Ann Duffy
Cecília Meireles
Cesare Pavese
Charles Baudelaire
Charles Bukowski
Charles Dana Gibson
Charles M. Schulz
Chen Bolan
Christoph Wilhelm Aigner
Clarice Lispector
Constantino Cavafy
Corey Zeller
Countee Cullen
Cristopher Painter
Cristovam Pavia
Czesław Miłosz
Damien Sevhac
Daniel Clowes
Daniel Francoy
Daniel Pennac
Daphne Gottlieb
David Bowie
David Lagmanovich
David Lehman
Delia Brown
Delmore Schwarts
Derek Walcott
Derrick Brown
Diamanda Galás
Diane Ackerman
Djuna Barnes
Don Herold
Dorianne Laux
Dorothea Lasky
Dorothy Parker
Douglas Huebler
Dylan Thomas
E. E. Cummings
E. Ethelbert Miller
E. M. Cioran
Edgar Allan Poe
Edna O'Brien
Eduarda Chiote
Eduardo Bechara
Eeva-Liisa Manner
Egito Gonçalves
Eleanor Farjeon
Elías Moro
Elie Wiesel
Elis Regina
Elizabeth Bishop
Elizabeth Ross Taylor
Else Lasker-Schuler
Elsie Wood
Emily Dickinson
Emily Kagan Trenchard
Erin Dorsey
Eunice de Souza
Fabiano Calixto
Federico Díaz-Granados
Federico García Lorca
Félix Grande
Fernando Arrabal
Fernando Caio de Abreu
Fernando Echevarría
Fernando Gandra
Ferreira Gular
Forough Farrokhzad
Francisco Madariaga
Frank O'Hara
Frederico Pedreira
G. K. Chesterton
Gabriel Celaya
Geir Gulliksen
Georges Bataille
Gerrit Komrij
Giánnis Ritsos
Giovanny Gómez
Glória Gervitz
Gottfried Benn
Guillaume Apollinaire
Günter Kunert
Gustavo Adolfo Bécquer
Gustavo Ortiz
H. P. Lovecraft
Hal Sirowitz
Hans-Ulrich Treichel
Harold Pinter
Harvey Shapiro
Heiner Müller
Heinrich Heine
Helen Mort
Henri Béhar
Henri Michaux
Henry Rollins
Hermann Hesse
Hilda Hilst
Hilde Domin
Hoa Nguyen
Hugh Mackay
Hugo von Hofmannsthal
Hugo Williams
Ingeborg Bachmann
Ingmar Heytze
Isabel Meyrelles
Isabelle McNeill
J. M. Fonollosa
J. R. R. Tolkien
Jack Gilbert
Jack Kerouac
Jack Winter
Jacques Lacan
Jacques Prévert
James L. White
James Rogers
James Tate
Jane Hirshfield
Janet Frame
Jean Baudrillard
Jean Day
Jeanette Winterson
Jenny Joseph
Jenny Schecter
Jesús Llorente
Jim Carroll
Joan Julier Buck
Joan Margarit
Jodi Picoult
Johann Wolfgang Goethe
Johannes Bobrowski
John Ashbery
John Giorno
John Keats
John Mateer
John Updike
Jonathan Littell
Jonathan Safran Foer
Jonathan Swift
Jorge Amado
Jorge Luis Borges
José Eduardo Agualusa
José Gardeazabal
José Mateos
Joseph Brodsky
Joseph Cervavolo
József Attila
Juan José Millás
Juan Ramón Jiménez
Judith Herzberg
Junko Takahashi
Justine Hermitage
Katerina Angheláki-Rooke
Kathy Acker
Kendra Grant
Kenneth Patchen
Kenneth Traynor
Kosntandinos Kavafis
Kristina H.
Langston Hughes
Larissa Szporluk
Lauren Mendinueta
Laurie Anderson
Lawrence Ferlinghetti
Lêdo Ivo
Leila Miccolis
Leonard Cohen
Leonardo Chioda
Leonardo Da Vinci
Leopoldo María Panero
Lewis Carroll
liam ryan
Lígia Reyes
Lord Byron
Lou Andreas-Salomé
Lou Reed
Louis Aragon
Louis Buisseret
Lourdes Espínola
Lucía Estrada
Luis Alberto de Cuenca
Luís Filipe Parrado
Luis García Montero
Malcolm Lowry
Manoel de Barros
Manuel Arana
Marco Mackaaij
Margaret Atwood
María Sánchez
Marianne Boruch
Mariano Peyrou
Marin Sorescu
Marina Colasanti
Martha Carolina Dávila
Martin Amis
Mary Elizabeth Frye
Mary Jo Salter
Mary Oliver
Mary Ruefle
Max Porter
Medlar Lucan & Durian Gray
Melissa Witcombe
Mia Couto
Michael Drayton
Michel Carpassou
Michel Houellebecq
Miguel de Cervantes
Miriam Reyes
Mitch Albom
Morgan Parker
Muhammad al-Maghut
Muriel Rukeyser
Natsume Soseki
Neil Gaiman
Nicanor Parra
Nichita Stanescu
Nicole Blackman
Nina Rizzi
Octavio Paz
Olga Orozco
Omar Khayyam
Osho
Otávio Campos
Pablo Fidalgo Lareo
Pablo García Casado
Pablo Neruda
Pat Boran
Patricia Beer
Patti Smith
Paul Éluard
Paul Géraldy
Paul Theroux
Paulo Leminski
Pentti Saaritsa
Per Aage Brandt
Pere Gimferrer
Philip Larkin
Philip Roth
Philippe Wollney
Pia Tafdrup
Pier Paolo Pasolini
Pierre Reverdy
Piotr Sommer
Rafael Alberti
Rainer Maria Rilke
Ramón Gómez de la Serna
Raúl Gustavo Aguirre
Raymond Carver
Raymond Queneau
Reinaldo Ferreira
Reiner Kunze
Richard Brautigan
Richard Burton
Roald Dahl
Robert Creeley
Robert Frost
Roberto Bolaño
Roberto Fernández Retamar
Roberto Juarroz
Robin Robertson
Rod McKuen
Roger Wolfe
Ron Padgett
Rosa Aliaga Ibañez
Rosemarie Urquico
Rubens Borba de Moraes
Rudyard Kipling
Russell Edson
Ruth Stone
Ryan Montanti
Saiónji Sanekane
Salman Rushdie
Salvador Novo
Sam Shepard
Samuel Beckett
Sandro Penna
Santiago Nazarian
Sei Shonagon
Serge Gainsbourg
Sharon Olds
Shel Silverstein
Silvia Chueire
Silvia Ugidos
Simone de Beauvoir
Somerset Maugham
Stephen Crane
Stephen Wright
Steve Mccaffery
Stevie Smith
Stuart Dischell
Sue Goyette
Susana Cabuchi
Sylvia Plath
T. S. Eliot
Tai Fu Ku
Tanya Davis
Tati Bernard
Tatianna Rei Moonshadow
Tennessee Williams
Thom Gunn
Tiago Fabris Rendelli
Tilly Strauss
Tom Baker
Tom Waits
Toni Montesinos Gilbert
Ulla Hahn
Valentine de Saint-Point
Vicente Aleixandre
Victor Heringer
Victor Prado
Vincenzo Cardarelli
Vinicius de Moraes
Vladimir Maiakovski
Vladimir Nabokov
W. H. Auden
Walt Whitman
Warsan Shire
William Blake
William Butler Yeats
William Carlos Williams
William Shakespeare
Winnie Meisler
Winona Baker
Wislawa Szymborska
Yehuda Amichai
Yohji Yamamoto
Yoko Ono
Yorgos Seferis
Zee Avi
livraria
. A Sul de Nenhum Norte .
. Granta .
Adolfo Bioy Casares .
Al Berto .
Alexandre O'Neill .
Algernon Blackwood .
Ali Smith .
Alice Munro .
Alice Turvo .
Almanaque do Dr. Thackery .
Anaïs Nin .
Anita Brookner .
Ann Beattie .
Annemarie Schwarzenbach .
Anton Tchekhov .
António Ferra .
António Lobo Antunes .
Arthur Miller .
Boris Vian .
Bret Easton Ellis .
Carlos de Oliveira .
Carson McCullers .
Charles Bukowski .
Chuck Palahniuk .
Clarice Lispector .
Conde de Lautréamont .
Cormac McCarthy .
Cristiane Lisbôa .
Donald Barthelme .
Doris Lessing .
Dulce Maria Cardoso .
Edith Wharton .
Eileen Chang .
Elena Ferrante .
Enrique Vila-Matas .
Erasmo de Roterdão .
Ernest Hemingway .
Ernesto Sampaio .
F. Scott Fitzgerald .
Fernando Pessoa .
Flannery O'Connor .
Florbela Espanca .
Françoise Sagan .
Franz Kafka .
Frida Kahlo .
Gabriel García Márquez .
Gonçalo M. Tavares .
Graça Pina de Morais .
Gustave Flaubert .
Guy de Maupassant .
Harold Pinter .
Haruki Murakami .
Henri Michaux .
Herberto Hélder .
Hunter S. Thompson .
Irene Lisboa .
Irène Némirovsky .
Italo Calvino .
J. D. Salinger .
Jack Kerouac .
James Joyce .
Jean Cocteau .
Jean Genet .
Jean Meckert .
Jean-Paul Sartre .
Jeffrey Eugenides .
Jim Cartwright .
Joan Didion .
John Cheever .
José Jorge Letria .
José Saramago .
Josep Pla .
Julian Barnes .
Julio Cortázar .
Karen Blixen .
Kate Chopin .
Katherine Mansfield .
Kurt Vonnegut .
Lázaro Covadlo .
Lillian Hellman .
Luís de Sttau Monteiro .
Luís Miguel Nava .
Luiz Pacheco .
Lydia Davis .
Lygia Fagundes Telles .
Malcolm Lowry .
Manuel Hermínio Monteiro .
Manuel Jorge Marmelo .
Marcel Proust .
Margaret Atwood .
Marguerite Duras .
Marguerite Yourcenar .
Marina Tsvetáeva .
Mário C. Brum .
Mário-Henrique Leiria .
Mark Lindquist .
Marquis de Sade .
Max Aub .
Miguel Castro Henriques .
Miguel Esteves Cardoso .
Miguel Martins .
Milan Kundera .
Natalia Ginzburg .
Neil Gaiman .
Nick Cave .
Norman Rush .
Orhan Pamuk .
Oscar Wilde .
Paul Auster .
Paulo Rodrigues Ferreira .
Pedro Mexia .
Penelope Fitzgerald .
Pierre Louÿs .
Rainer Maria Rilke .
Rainer Werner Fassbinder .
Raul Brandão .
Ray Bradbury .
Rebecca West .
Regina Guimarães .
Richard Yates .
Roland Barthes .
Roland Topor .
Rolf Dieter Brinkmann .
Rui Nunes .
S. E. Hinton .
Sam Shepard .
Samuel Beckett .
Sarah Kane .
Sebastian Barry .
Shirley Jackson .
Stig Dagerman .
Susan Sontag .
Susana Moreira Marques .
Sylvia Plath .
Tennessee Williams .
Teresa Veiga .
Tom Baker .
Truman Capote .
valter hugo mãe .
Vasco Gato .
Vera Lagoa .
Vergílio Ferreira .
Virginia Woolf .
Vladimir Nabokov .
William Faulkner .
Woody Allen .
Yasunari Kawabata .
Yukio Mishima .