Estava frio e vento, certamente não um dia
para passear naquela longa praia.
Tudo estava afastado, tão longe quanto possível,
encolhido: a maré distante, o oceano retraído,
as aves marinhas isoladas ou aos pares.
O vento vindo da terra turbulento, gelado
entorpecia-nos os rostos de um dos lados:
desfazia a formação
de um voo isolado de gansos do Canadá;
e soprava para trás as imperceptíveis ondas largas,
numa névoa acerada e vertical.
O céu estava mais escuro do que a água
– era cor de jade parecida com sebo de carneiro.
Ao longo da areia húmida, com botas de borracha, seguíamos
um trilho de grandes pegadas de cão (tão grandes
que mais pareciam pegadas de um leão). A seguir deparámos
com um fio branco e molhado que se estendia sem fim,
às voltas até à linha de água, pela água dentro
vezes sem conta. Finalmente, elas terminavam:
um emaranhado espesso e branco, do tamanho de um homem,
à tona da água,
erguendo-se a cada onda, um fantasma encharcado,
recuando, encharcado, entregando a alma ao Criador…
Um fio de papagaio? – Mas sem papagaio.
Queria ir tão longe como a minha proto-casa-de-sonho,
A minha cripto-casa-de-sonho, aquela caixa torta
Implantada sobre estacas, de ripas verdes,
Uma espécie de casa-alcachofra, mas mais verde
(cozida com bicarbornato de sódio?),
Protegida das marés de primavera por uma paliçada
de – são travessas de caminho-de-ferro?
(Muitas coisas sobre este lugar são duvidosas.)
Gostaria d eme reformar ali e nada fazer,
ou não muito, para sempre, em dois quartos vazios:
espreitar pelos binóculos, ler livros aborrecidos,
velhos, longos, longos livros, e escrever notas inúteis,
falar para mim própria, e, nos dias de nevoeiro,
observar as gotículas caindo, carregadas de luz.
À noite, um grog à l´américaine.
Queimá-lo-ia com um fósforo de cozinha
e a encantadora e diáfana chama azul
vacilaria, em duplicado na janela.
Tem de haver um fogão; há uma chaminé,
de lado, mas atada com fios,
e electricidade, possivelmente
– pelo menos, nas traseiras um outro fio
liga frouxamente tudo aquilo
a qualquer coisa lá ao longe por detrás das dunas.
Uma luz para ler – perfeito! Mas – impossível.
E naquele dia o vento estava demasiado frio,
mesmo para ir até tão longe,
e claro a casa estava tapada com as tábuas.
No caminho de regresso os nossos rostos gelaram do outro lado.
O sol surgiu apenas por um minuto.
Apenas por um minuto, plantadas nos seus entalhes de aeia,
as pedras pesadas, húmidas e espalhadas
ficaram multicoloridas,
e todas as que estavam bastante altas lançavam longas sombras,
sombras individuais, depois recolhidas outra vez.
Podiam estar a troçar do leão,
só que agora ele estava por detrás delas
– um sol que caminhara na praia com a última maré baixa,
fazendo aquelas pegadas grandes e majestosas,
ele que talvez tivesse atirado um papagaio para fora do céus
para brincar.
Elizabeth Bishop, trad. Maria de Lourdes Guimarães
artigo não sujeito à legislação em vigor
Os poemas?
Alguns funcionam,
outros não.
Se o que queres
é uma garantia,
então compra um televisor.
Roger Wolfe
Alguns funcionam,
outros não.
Se o que queres
é uma garantia,
então compra um televisor.
Roger Wolfe
song for the sun
e aqueles que dançaram loucos
tão parados como se ouvissem
Raquel Nobre Guerra, Mixtape
tão parados como se ouvissem
Raquel Nobre Guerra, Mixtape
estrelas
Na missa, uma velhota a cantar a ladainha a
Nossa Senhora em vez de cantar stella matutina
cantava estrela na cortina. Acho isto lindo.
Adília Lopes
Nossa Senhora em vez de cantar stella matutina
cantava estrela na cortina. Acho isto lindo.
Adília Lopes
ternura de fundo
Nos velhos discos de jazz também gosto
de ouvir o ruído que vem do público.
Há alguém que grita com a voz rouca,
feliz pela prestação dos músicos.
Há aplausos; um copo partido.
O pulsar do lugar no subúrbio
de uma cidade do Sul. Momentos únicos
que regressam sempre do passado.
A vida deve ser qualquer coisa assim,
para lá da morte: o perdido
rumor de vozes numa noite de música.
E a nossa alma imortal deve ser
este instante preciso, frágil, breve,
em que um copo retine num velho disco de jazz.
Joan Margarit
de ouvir o ruído que vem do público.
Há alguém que grita com a voz rouca,
feliz pela prestação dos músicos.
Há aplausos; um copo partido.
O pulsar do lugar no subúrbio
de uma cidade do Sul. Momentos únicos
que regressam sempre do passado.
A vida deve ser qualquer coisa assim,
para lá da morte: o perdido
rumor de vozes numa noite de música.
E a nossa alma imortal deve ser
este instante preciso, frágil, breve,
em que um copo retine num velho disco de jazz.
Joan Margarit
boa velha, velha nova
Um novo
mandamento
vos dou:
amai-vos
a vós mesmos
porque nem deus o fará
mais.
Roger Wolfe
mandamento
vos dou:
amai-vos
a vós mesmos
porque nem deus o fará
mais.
Roger Wolfe
don't think twice, it's all right
contento-me com coisas
pequenas que de repente se tornam
muito grandes onde nem sei
de mim nem quero
Bénédicte Hobart
pequenas que de repente se tornam
muito grandes onde nem sei
de mim nem quero
Bénédicte Hobart
O VAZIO DESENHAVA DESDE SEMPRE
O vazio desenhava desde sempre a forma do teu rosto
Todas as coisas serviam para nos ensinar
A ardente perfeição da tua ausência
Sophia de Mello Breyner Andresen
Todas as coisas serviam para nos ensinar
A ardente perfeição da tua ausência
Sophia de Mello Breyner Andresen
PROFECIA
As mãos são pequenos lugares comuns
como a cama o sofá o banco do jardim
geograficamente não estamos imunes ao desastre
é capaz de estar escrito que partirei o coração
duas ou três vezes
ou talvez a sobreposição de linhas apenas indique
arritmias
e algum stress
por via das dúvidas
é melhor vigiar as mãos
traze-las sempre à luz dos candeeiros
antes da escolha do caminho
Ana Caeiro
como a cama o sofá o banco do jardim
geograficamente não estamos imunes ao desastre
é capaz de estar escrito que partirei o coração
duas ou três vezes
ou talvez a sobreposição de linhas apenas indique
arritmias
e algum stress
por via das dúvidas
é melhor vigiar as mãos
traze-las sempre à luz dos candeeiros
antes da escolha do caminho
Ana Caeiro
snow
Every time it starts to snow, I would like to have
sex. No matter if it is snowing lightly and unseri-
ously, or snowing very seriously, well on into the
night, I would like to stop whatever manifestation
of life I am engaged in and have sex, with the same
person, who also sees the snow and heeds it, who
might have to leave an office or meeting, or some ar-
duous physical task, or, conceivably, leave off having
sex with another person, and go in the snow to me,
who is already, in the snow, beginning to have sex in
my snow-mind. Someone for whom, like me, this is
an ultimatum, the snow sign, an ultimatum of joy,
though as an ultimatum beyond joy as well as sor-
row. I would like to be in the classroom — for I am
a teacher — and closing my book stand up, saying
"It is snowing and I must go have sex, good-bye,"
and walk out of the room. And starting my car, in
the beginning stages of snow, know that he is start-
ing his car, with the flakes falling on its windshield,
or, if he is at home, he is looking at the snow and
knowing I will arrive, snowy, in ten or twenty or
thirty minutes, and, if the snow has stopped off, we,
as humans, can make a decision, but not while it is
still snowing, and even half-snow would be some
thing to be obeyed. I often wonder where the birds
go in a snowstorm, for they disappear completely.
I always think of them deep inside the bushes, and
further along inside the trees and deep inside of the
forests, on branches where no snow can reach, deep-
ly recessed for the time of the snow, not oblivious
to it, but intensely accepting their incapacity, and
so enduring the snow in brave little inborn ways,
with their feathered heads bowed down for warmth.
Wings, the mark of a bird, are quite useless in snow.
When I am inside having sex while it snows I want
to be thinking about the birds too, and I want my
love to love thinking about the birds as much as I
do, for it is snowing and we are having sex under
or on top of the blankets and the birds cannot be
that far away, deep in the stillness and silence of the
snow, their breasts still have color, their hearts are
beating, they breathe in and out while it snows all
around them, though thinking about the birds is not
as fascinating as watching it snow on a cemetery, on
graves and tombstones and the vaults of the dead,
I love watching it snow on graves, how cold the
snow is, even colder the stones, and the ground is
the coldest of all, and the bones of the dead are in
the ground, but the dead are not cold, snow or no
snow, it means very little to them, nothing, it means
nothing to them, but for us, watching it snow on the
dead, watching the graveyard get covered in snow, it
is very cold, the snow on top of the graves over the
bones, it seems especially cold, and at the same time
especially peaceful, it is like snow falling gently on
sleepers, even if it falls in a hurry it seems gentle,
because the sleepers are gentle, they are not anxious,
they are sleeping through the snow and they will
be sleeping beyond the snow, and although I will
be having sex while it snows I want to remember
the quiet, cold, gentle sleepers who cannot think of
themselves as birds nestled in feathers, but who are
themselves, in part, part of the snow, which is falling
with such steadfast devotion to the ground all the
anxiety in the world seems gone, the world seems
deep in a bed as I am deep in a bed, lost in the arms
of my lover, yes, when it snows like this I feel the
whole world has joined me in isolation and silence.
Mary Ruefle
sex. No matter if it is snowing lightly and unseri-
ously, or snowing very seriously, well on into the
night, I would like to stop whatever manifestation
of life I am engaged in and have sex, with the same
person, who also sees the snow and heeds it, who
might have to leave an office or meeting, or some ar-
duous physical task, or, conceivably, leave off having
sex with another person, and go in the snow to me,
who is already, in the snow, beginning to have sex in
my snow-mind. Someone for whom, like me, this is
an ultimatum, the snow sign, an ultimatum of joy,
though as an ultimatum beyond joy as well as sor-
row. I would like to be in the classroom — for I am
a teacher — and closing my book stand up, saying
"It is snowing and I must go have sex, good-bye,"
and walk out of the room. And starting my car, in
the beginning stages of snow, know that he is start-
ing his car, with the flakes falling on its windshield,
or, if he is at home, he is looking at the snow and
knowing I will arrive, snowy, in ten or twenty or
thirty minutes, and, if the snow has stopped off, we,
as humans, can make a decision, but not while it is
still snowing, and even half-snow would be some
thing to be obeyed. I often wonder where the birds
go in a snowstorm, for they disappear completely.
I always think of them deep inside the bushes, and
further along inside the trees and deep inside of the
forests, on branches where no snow can reach, deep-
ly recessed for the time of the snow, not oblivious
to it, but intensely accepting their incapacity, and
so enduring the snow in brave little inborn ways,
with their feathered heads bowed down for warmth.
Wings, the mark of a bird, are quite useless in snow.
When I am inside having sex while it snows I want
to be thinking about the birds too, and I want my
love to love thinking about the birds as much as I
do, for it is snowing and we are having sex under
or on top of the blankets and the birds cannot be
that far away, deep in the stillness and silence of the
snow, their breasts still have color, their hearts are
beating, they breathe in and out while it snows all
around them, though thinking about the birds is not
as fascinating as watching it snow on a cemetery, on
graves and tombstones and the vaults of the dead,
I love watching it snow on graves, how cold the
snow is, even colder the stones, and the ground is
the coldest of all, and the bones of the dead are in
the ground, but the dead are not cold, snow or no
snow, it means very little to them, nothing, it means
nothing to them, but for us, watching it snow on the
dead, watching the graveyard get covered in snow, it
is very cold, the snow on top of the graves over the
bones, it seems especially cold, and at the same time
especially peaceful, it is like snow falling gently on
sleepers, even if it falls in a hurry it seems gentle,
because the sleepers are gentle, they are not anxious,
they are sleeping through the snow and they will
be sleeping beyond the snow, and although I will
be having sex while it snows I want to remember
the quiet, cold, gentle sleepers who cannot think of
themselves as birds nestled in feathers, but who are
themselves, in part, part of the snow, which is falling
with such steadfast devotion to the ground all the
anxiety in the world seems gone, the world seems
deep in a bed as I am deep in a bed, lost in the arms
of my lover, yes, when it snows like this I feel the
whole world has joined me in isolation and silence.
Mary Ruefle
mais um hóspede
A verdade é que prefiro não saber,
Sentir pode ser a pior das ingerências.
Prefiro fazer-me escasso,
Não comparecer, calar-me,
Estar apenas por engano,
Ser ignorado, embora custe.
Também eu não pergunto,
Muito menos falo comigo próprio,
Ignoro-me, prefiro gatos e plantas.
O silêncio absorve a perda
Para que eu não seja absorvido por ela.
Saio de manhã, está sol,
Não tento o contacto, nenhum contacto,
Ou a manhã fugirá, espantada,
Como apenas mais um dos seus muitos pássaros.
Diria que a terra se sente vazia,
Passada a obsessão de florir,
De multiplicar, a sede perpétua
De desmesura. Talvez assine os corações.
Disseste que o teu tinha muitos quartos
E deduzo que o amor por mim
Seja apenas mais um hóspede,
Mas um amor nunca é apenas
Mais um hóspede.
Nuno Morais
Sentir pode ser a pior das ingerências.
Prefiro fazer-me escasso,
Não comparecer, calar-me,
Estar apenas por engano,
Ser ignorado, embora custe.
Também eu não pergunto,
Muito menos falo comigo próprio,
Ignoro-me, prefiro gatos e plantas.
O silêncio absorve a perda
Para que eu não seja absorvido por ela.
Saio de manhã, está sol,
Não tento o contacto, nenhum contacto,
Ou a manhã fugirá, espantada,
Como apenas mais um dos seus muitos pássaros.
Diria que a terra se sente vazia,
Passada a obsessão de florir,
De multiplicar, a sede perpétua
De desmesura. Talvez assine os corações.
Disseste que o teu tinha muitos quartos
E deduzo que o amor por mim
Seja apenas mais um hóspede,
Mas um amor nunca é apenas
Mais um hóspede.
Nuno Morais
sweet salvation
há sempre alguém acordado nesta cidade que se
alastra por vias férreas e automóveis de luzes baças a
caminho dos subúrbios. esta é a hora em que
não chegas. pontualmente, todas as tardes.
as saídas do metro expulsam multidões para os passeios,
a intervalos regulares, alinhadas depois para a partida em frente
à luz vermelha de um semáforo ou dispersando-se por
ruas secundárias a caminho de uma forma diferente de clausura.
e à décima primeira hora pergunto o que faço ainda aqui, olho
para o relógio, estava frio no dia em que me trouxeste para
casa, muito antes da invenção do sexo, quase tardia.
agora o inverno voltou, tento escrever o relato de um
náufrago enquanto espero que me salves, sem sucesso,
(não fui a primeira pessoa a quem isto aconteceu)
perdi tantos anos a aprender a usar as palavras
e agora nada tenho para dizer.
Tiago Araújo
alastra por vias férreas e automóveis de luzes baças a
caminho dos subúrbios. esta é a hora em que
não chegas. pontualmente, todas as tardes.
as saídas do metro expulsam multidões para os passeios,
a intervalos regulares, alinhadas depois para a partida em frente
à luz vermelha de um semáforo ou dispersando-se por
ruas secundárias a caminho de uma forma diferente de clausura.
e à décima primeira hora pergunto o que faço ainda aqui, olho
para o relógio, estava frio no dia em que me trouxeste para
casa, muito antes da invenção do sexo, quase tardia.
agora o inverno voltou, tento escrever o relato de um
náufrago enquanto espero que me salves, sem sucesso,
(não fui a primeira pessoa a quem isto aconteceu)
perdi tantos anos a aprender a usar as palavras
e agora nada tenho para dizer.
Tiago Araújo
see you soon
Que se foda a época
digo-te já
que se foda a sépia dos futuros
eu quero aparecer no dia
do teu nascimento
desarmado como uma árvore
sem outra missão que não
amparar-te o susto
e dizer-te baixinho
bem-vindo ao continente dos frágeis
podes parar de nadar
Vasco Gato
digo-te já
que se foda a sépia dos futuros
eu quero aparecer no dia
do teu nascimento
desarmado como uma árvore
sem outra missão que não
amparar-te o susto
e dizer-te baixinho
bem-vindo ao continente dos frágeis
podes parar de nadar
Vasco Gato
song without words
I wanted to write you some words you'd remember
words so alert they's leap from the paper
and crawl up your shoulder and lie by your ears
and be there to comfort you down through the years.
But it was cloudy that day and I was lazy
and so I stayed in bed just thinking about it.
I wanted to write you and tell you that maybe
love songs from lovers are unnecessary.
We are what we feel and writing it down
seems foolish sometimes without vocal sound.
But I spent the day drinking coffe, smoking cigarettes
and looking in the mirror practicing my smile.
I wanted to write you one last, long love song
that said what I felt one final time.
Not comparing your eyes and mouth to the stars
but telling you only how like yourself you are.
But by the time I thought of it, found a pen,
put the pen to ink, the ink to paper,
you were gone.
And so, this song has no words.
Rod McKuen
words so alert they's leap from the paper
and crawl up your shoulder and lie by your ears
and be there to comfort you down through the years.
But it was cloudy that day and I was lazy
and so I stayed in bed just thinking about it.
I wanted to write you and tell you that maybe
love songs from lovers are unnecessary.
We are what we feel and writing it down
seems foolish sometimes without vocal sound.
But I spent the day drinking coffe, smoking cigarettes
and looking in the mirror practicing my smile.
I wanted to write you one last, long love song
that said what I felt one final time.
Not comparing your eyes and mouth to the stars
but telling you only how like yourself you are.
But by the time I thought of it, found a pen,
put the pen to ink, the ink to paper,
you were gone.
And so, this song has no words.
Rod McKuen
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Arquivo
~
poemário daqui
A. M. Pires Cabral
Abel Neves
Adília Lopes
Adolfo Casais Monteiro
Agustina Bessa-Luís
Al Berto
Albano Martins
Alberto Pimenta
Alexandra Malheiro
Alexandre Nave
Alexandre O'Neill
Alice Turvo
Alice Vieira
Almada Negreiros
Américo António Lindeza Diogo
Ana Bessa Carvalho
Ana C.
Ana Caeiro
Ana Cristina César
Ana Duarte
Ana Hatherly
Ana Luísa Amaral
Ana Marques Gastão
Ana Martins Marques
Ana Paula Inácio
Ana Salomé
Ana Tecedeiro
Ana Teresa Pereira
Ana Tinoco
André Tomé
Andreia C. Faria
Angélica Freitas
Ângelo de Lima
Aníbal Fernandes
António Amaral Tavares
António Botto
António Dacosta
António Franco Alexandre
António Gancho
António Gedeão
António Gregório
António José Forte
António Manuel Pires Cabral
António Maria Lisboa
António Mega Ferreira
António Osório
António Pedro
António Quadros Ferro
António Ramos Pereira
António Ramos Rosa
António Rebordão Navarro
António Reis
António S. Ribeiro
Armando Baptista-Bastos
Armando Silva Carvalho
Artur do Cruzeiro Seixas
Bénédicte Houart
Bruno Béu
Bruno Sousa Villar
Camilo Castelo Branco
Camilo Pessanha
Carlos Alberto Machado
Carlos Bessa
Carlos de Oliveira
Carlos Eurico da Costa
Carlos Mota de Oliveira
Carlos Poças Falcão
Carlos Soares
Casimiro de Brito
Catarina Nunes de Almeida
Cesário Verde
Cláudia R. Sampaio
Cruzeiro Seixas
Daniel Faria
Daniel Filipe
David Mourão-Ferreira
David Teles Pereira
Delfim Lopes
Dulce Maria Cardoso
Eastwood da Silva
Eduarda Chiote
Egito Gonçalves
Ernesto Sampaio
Eugénio de Andrade
Eugénio Lisboa
Fernando Assis Pacheco
Fernando Esteves Pinto
Fernando Lemos
Fernando Pessoa
Fernando Pinto do Amaral
Fiama Hasse Pais Brandão
Filipa Leal
Filipe Homem Fonseca
Florbela Espanca
Frederico Pedreira
gil t. sousa
Golgona Anghel
Gonçalo M. Tavares
Helder Moura Pereira
Helena Carvalho
Helga Moreira
Hélia Correia
Henrique Manuel Bento Fialho
Henrique Risques Pereira
Herberto Hélder
Inês Dias
Inês Fonseca Santos
Inês Lourenço
Isabel Meyrelles
Joana Morais Varela
Joana Serrado
João Almeida
João Bénard da Costa
João Cabral de Melo Neto
João Camilo
João Damasceno
João Ferreira Oliveira
João Habitualmente
João Luís Barreto Guimarães
João Maia
João Manuel Ribeiro
João Miguel Henriques
João Pacheco
João Pereira Coutinho
João Rodrigues
João Vasco Coelho
Joaquim Manuel Magalhães
Joaquim Pessoa
Jorge Carrera Andrade
Jorge de Sena
Jorge Gomes Miranda
Jorge Melícias
Jorge Roque
Jorge Sousa Braga
José Agostinho Baptista
José Alberto Oliveira
José Amaro Dionísio
José António Franco
José Cardoso Pires
José Carlos Barros
José Carlos Soares
José Efe
José Gomes Ferreira
José Manuel de Vasconcelos
José Mário Silva
José Miguel Silva
José Pascoal
José Ricardo Nunes
José Rui Teixeira
José Saramago
José Sebag
José Tolentino Mendonça
Judith Teixeira
Leitão de Barros
Leonor Castro Nunes
Luís Miguel Nava
Luís Quintais
Luiza Neto Jorge
Madalena de Castro Campos
Mafalda Gomes
Manuel A. Domingos
Manuel António Pina
Manuel Cintra
Manuel da Silva Ramos
Manuel de Castro
Manuel de Freitas
Manuel Fúria
Manuel Gusmão
Marcelino Vespeira
Margarida Vale de Gato
Maria Ângela Alvim
Maria Azenha
Maria do Rosário Pedreira
Maria Gabriela Llansol
Maria João Lopes Fernandes
Maria Judite de Carvalho
Maria Keil
Maria Mergulhão
Maria Sousa
Maria Teresa Horta
Maria Velho da Costa
Mário Cesariny
Mário Contumélias
Mário de Sá-Carneiro
Mário Dionísio
Mário Quintana
Mário Rui de Oliveira
Mário-Henrique Leiria
Marta Chaves
Matilde Campilho
Mendes de Carvalho
Miguel Cardoso
Miguel Martins
Miguel Sousa Tavares
Miguel Torga
Miguel-Manso
Nuno Araújo
Nuno Bragança
Nuno Júdice
Nuno Moura
Nuno Ramos
Nuno Travanca
Patrícia Baltazar
Paulo José Miranda
Pedro Jordão
Pedro Loureiro
Pedro Mexia
Pedro Oom
Pedro Santo Tirso
Pedro Sena-Lino
Pedro Tamen
Pedro Tiago
Piedade Araujo Sol
Raquel Nobre Guerra
Raquel Serejo Martins
Raul de Carvalho
Raul Malaquias Marques
Regina Guimarães
Reinaldo Ferreira
Renata Correia Botelho
Ricardo Adolfo
Rosa Alice Branco
Rosa Maria Martelo
Rui Almeida
Rui Baião
Rui Caeiro
Rui Cóias
Rui Costa
Rui Knopfli
Rui Lage
Rui Manuel Amaral
Rui Nunes
Rui Pedro Gonçalves
Rui Pires Cabral
Rute Mota
Ruy Belo
Ruy Cinatti
Ruy Ventura
Samuel Úria
Sandra Andrade
Sandra Costa
Sebastião Alba
Sílvio Mendes
Soares de Passos
Sofia Crespo
Sofia Leal
Sophia de Mello Breyner Andresen
Tatiana Faia
Teixeira de Pascoaes
Teresa Balté
Teresa M. G. Jardim
Tiago Araújo
Tiago Gomes
valter hugo mãe
Vasco Gato
Vasco Graça Moura
Vítor Nogueira
Yvette K. Centeno
poemário dali
A. E. Housman
Abbas Kiarostami
Abel Feu
Adelaide Ivánova
Adélia Prado
Adrienne Rich
Agota Kristof
Al Purdy
Alberto Tugues
Alda Merini
Aldous Huxley
Alejandra Pizarnik
Alejandro Jodorowsky
Alexander Demidov
Alfredo Veiravé
Alice Walker
Allen Ginsberg
Amalia Bautista
Amiri Baraka
Amy Lowell
Amy M. Homes
Ana Merino
André Breton
Andrés Trapiello
Angela Carter
Anis Mojgani
Anna Akhmatova
Anna Kamienska
Anne Carson
Anne Perrier
Anne Sexton
Antonia Pozzi
Antonin Artaud
Antonio Gamoneda
Antonio Orihuela
Antonio Pérez Morte
Antonio Sáez Delgado
Arnold Lobel
Arseny Tarkovsky
Arthur Rimbaud
Basilio Sánchez
Benjamín Prado
Bernard-Marie Koltès
Billy Collins
Boris Vian
Brett Elizabeth Jenkins
Brian Andreas
Brian Patten
Carl Phillips
Carl Sandburg
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Edmundo de Ory
Carlos Marzal
Carmen Gloria Berríos
Carol Ann Duffy
Cecília Meireles
Cesare Pavese
Charles Baudelaire
Charles Bukowski
Charles Dana Gibson
Charles M. Schulz
Chen Bolan
Christoph Wilhelm Aigner
Clarice Lispector
Constantino Cavafy
Corey Zeller
Countee Cullen
Cristopher Painter
Cristovam Pavia
Czesław Miłosz
Damien Sevhac
Daniel Clowes
Daniel Francoy
Daniel Pennac
Daphne Gottlieb
David Bowie
David Lagmanovich
David Lehman
Delia Brown
Delmore Schwarts
Derek Walcott
Derrick Brown
Diamanda Galás
Diane Ackerman
Djuna Barnes
Don Herold
Dorianne Laux
Dorothea Lasky
Dorothy Parker
Douglas Huebler
Dylan Thomas
E. E. Cummings
E. Ethelbert Miller
E. M. Cioran
Edgar Allan Poe
Edna O'Brien
Eduarda Chiote
Eduardo Bechara
Eeva-Liisa Manner
Egito Gonçalves
Eleanor Farjeon
Elías Moro
Elie Wiesel
Elis Regina
Elizabeth Bishop
Elizabeth Ross Taylor
Else Lasker-Schuler
Elsie Wood
Emily Dickinson
Emily Kagan Trenchard
Erin Dorsey
Eunice de Souza
Fabiano Calixto
Federico Díaz-Granados
Federico García Lorca
Félix Grande
Fernando Arrabal
Fernando Caio de Abreu
Fernando Echevarría
Fernando Gandra
Ferreira Gular
Forough Farrokhzad
Francisco Madariaga
Frank O'Hara
Frederico Pedreira
G. K. Chesterton
Gabriel Celaya
Geir Gulliksen
Georges Bataille
Gerrit Komrij
Giánnis Ritsos
Giovanny Gómez
Glória Gervitz
Gottfried Benn
Guillaume Apollinaire
Günter Kunert
Gustavo Adolfo Bécquer
Gustavo Ortiz
H. P. Lovecraft
Hal Sirowitz
Hans-Ulrich Treichel
Harold Pinter
Harvey Shapiro
Heiner Müller
Heinrich Heine
Helen Mort
Henri Béhar
Henri Michaux
Henry Rollins
Hermann Hesse
Hilda Hilst
Hilde Domin
Hoa Nguyen
Hugh Mackay
Hugo von Hofmannsthal
Hugo Williams
Ingeborg Bachmann
Ingmar Heytze
Isabel Meyrelles
Isabelle McNeill
J. M. Fonollosa
J. R. R. Tolkien
Jack Gilbert
Jack Kerouac
Jack Winter
Jacques Lacan
Jacques Prévert
James L. White
James Rogers
James Tate
Jane Hirshfield
Janet Frame
Jean Baudrillard
Jean Day
Jeanette Winterson
Jenny Joseph
Jenny Schecter
Jesús Llorente
Jim Carroll
Joan Julier Buck
Joan Margarit
Jodi Picoult
Johann Wolfgang Goethe
Johannes Bobrowski
John Ashbery
John Giorno
John Keats
John Mateer
John Updike
Jonathan Littell
Jonathan Safran Foer
Jonathan Swift
Jorge Amado
Jorge Luis Borges
José Eduardo Agualusa
José Gardeazabal
José Mateos
Joseph Brodsky
Joseph Cervavolo
József Attila
Juan José Millás
Juan Ramón Jiménez
Judith Herzberg
Junko Takahashi
Justine Hermitage
Katerina Angheláki-Rooke
Kathy Acker
Kendra Grant
Kenneth Patchen
Kenneth Traynor
Kosntandinos Kavafis
Kristina H.
Langston Hughes
Larissa Szporluk
Lauren Mendinueta
Laurie Anderson
Lawrence Ferlinghetti
Lêdo Ivo
Leila Miccolis
Leonard Cohen
Leonardo Chioda
Leonardo Da Vinci
Leopoldo María Panero
Lewis Carroll
liam ryan
Lígia Reyes
Lord Byron
Lou Andreas-Salomé
Lou Reed
Louis Aragon
Louis Buisseret
Lourdes Espínola
Lucía Estrada
Luis Alberto de Cuenca
Luís Filipe Parrado
Luis García Montero
Malcolm Lowry
Manoel de Barros
Manuel Arana
Marco Mackaaij
Margaret Atwood
María Sánchez
Marianne Boruch
Mariano Peyrou
Marin Sorescu
Marina Colasanti
Martha Carolina Dávila
Martin Amis
Mary Elizabeth Frye
Mary Jo Salter
Mary Oliver
Mary Ruefle
Max Porter
Medlar Lucan & Durian Gray
Melissa Witcombe
Mia Couto
Michael Drayton
Michel Carpassou
Michel Houellebecq
Miguel de Cervantes
Miriam Reyes
Mitch Albom
Morgan Parker
Muhammad al-Maghut
Muriel Rukeyser
Natsume Soseki
Neil Gaiman
Nicanor Parra
Nichita Stanescu
Nicole Blackman
Nina Rizzi
Octavio Paz
Olga Orozco
Omar Khayyam
Osho
Otávio Campos
Pablo Fidalgo Lareo
Pablo García Casado
Pablo Neruda
Pat Boran
Patricia Beer
Patti Smith
Paul Éluard
Paul Géraldy
Paul Theroux
Paulo Leminski
Pentti Saaritsa
Per Aage Brandt
Pere Gimferrer
Philip Larkin
Philip Roth
Philippe Wollney
Pia Tafdrup
Pier Paolo Pasolini
Pierre Reverdy
Piotr Sommer
Rafael Alberti
Rainer Maria Rilke
Ramón Gómez de la Serna
Raúl Gustavo Aguirre
Raymond Carver
Raymond Queneau
Reinaldo Ferreira
Reiner Kunze
Richard Brautigan
Richard Burton
Roald Dahl
Robert Creeley
Robert Frost
Roberto Bolaño
Roberto Fernández Retamar
Roberto Juarroz
Robin Robertson
Rod McKuen
Roger Wolfe
Ron Padgett
Rosa Aliaga Ibañez
Rosemarie Urquico
Rubens Borba de Moraes
Rudyard Kipling
Russell Edson
Ruth Stone
Ryan Montanti
Saiónji Sanekane
Salman Rushdie
Salvador Novo
Sam Shepard
Samuel Beckett
Sandro Penna
Santiago Nazarian
Sei Shonagon
Serge Gainsbourg
Sharon Olds
Shel Silverstein
Silvia Chueire
Silvia Ugidos
Simone de Beauvoir
Somerset Maugham
Stephen Crane
Stephen Wright
Steve Mccaffery
Stevie Smith
Stuart Dischell
Sue Goyette
Susana Cabuchi
Sylvia Plath
T. S. Eliot
Tai Fu Ku
Tanya Davis
Tati Bernard
Tatianna Rei Moonshadow
Tennessee Williams
Thom Gunn
Tiago Fabris Rendelli
Tilly Strauss
Tom Baker
Tom Waits
Toni Montesinos Gilbert
Ulla Hahn
Valentine de Saint-Point
Vicente Aleixandre
Victor Heringer
Victor Prado
Vincenzo Cardarelli
Vinicius de Moraes
Vladimir Maiakovski
Vladimir Nabokov
W. H. Auden
Walt Whitman
Warsan Shire
William Blake
William Butler Yeats
William Carlos Williams
William Shakespeare
Winnie Meisler
Winona Baker
Wislawa Szymborska
Yehuda Amichai
Yohji Yamamoto
Yoko Ono
Yorgos Seferis
Zee Avi
livraria
. A Sul de Nenhum Norte .
. Granta .
Adolfo Bioy Casares .
Al Berto .
Alexandre O'Neill .
Algernon Blackwood .
Ali Smith .
Alice Munro .
Alice Turvo .
Almanaque do Dr. Thackery .
Anaïs Nin .
Anita Brookner .
Ann Beattie .
Annemarie Schwarzenbach .
Anton Tchekhov .
António Ferra .
António Lobo Antunes .
Arthur Miller .
Boris Vian .
Bret Easton Ellis .
Carlos de Oliveira .
Carson McCullers .
Charles Bukowski .
Chuck Palahniuk .
Clarice Lispector .
Conde de Lautréamont .
Cormac McCarthy .
Cristiane Lisbôa .
Donald Barthelme .
Doris Lessing .
Dulce Maria Cardoso .
Edith Wharton .
Eileen Chang .
Elena Ferrante .
Enrique Vila-Matas .
Erasmo de Roterdão .
Ernest Hemingway .
Ernesto Sampaio .
F. Scott Fitzgerald .
Fernando Pessoa .
Flannery O'Connor .
Florbela Espanca .
Françoise Sagan .
Franz Kafka .
Frida Kahlo .
Gabriel García Márquez .
Gonçalo M. Tavares .
Graça Pina de Morais .
Gustave Flaubert .
Guy de Maupassant .
Harold Pinter .
Haruki Murakami .
Henri Michaux .
Herberto Hélder .
Hunter S. Thompson .
Irene Lisboa .
Irène Némirovsky .
Italo Calvino .
J. D. Salinger .
Jack Kerouac .
James Joyce .
Jean Cocteau .
Jean Genet .
Jean Meckert .
Jean-Paul Sartre .
Jeffrey Eugenides .
Jim Cartwright .
Joan Didion .
John Cheever .
José Jorge Letria .
José Saramago .
Josep Pla .
Julian Barnes .
Julio Cortázar .
Karen Blixen .
Kate Chopin .
Katherine Mansfield .
Kurt Vonnegut .
Lázaro Covadlo .
Lillian Hellman .
Luís de Sttau Monteiro .
Luís Miguel Nava .
Luiz Pacheco .
Lydia Davis .
Lygia Fagundes Telles .
Malcolm Lowry .
Manuel Hermínio Monteiro .
Manuel Jorge Marmelo .
Marcel Proust .
Margaret Atwood .
Marguerite Duras .
Marguerite Yourcenar .
Marina Tsvetáeva .
Mário C. Brum .
Mário-Henrique Leiria .
Mark Lindquist .
Marquis de Sade .
Max Aub .
Miguel Castro Henriques .
Miguel Esteves Cardoso .
Miguel Martins .
Milan Kundera .
Natalia Ginzburg .
Neil Gaiman .
Nick Cave .
Norman Rush .
Orhan Pamuk .
Oscar Wilde .
Paul Auster .
Paulo Rodrigues Ferreira .
Pedro Mexia .
Penelope Fitzgerald .
Pierre Louÿs .
Rainer Maria Rilke .
Rainer Werner Fassbinder .
Raul Brandão .
Ray Bradbury .
Rebecca West .
Regina Guimarães .
Richard Yates .
Roland Barthes .
Roland Topor .
Rolf Dieter Brinkmann .
Rui Nunes .
S. E. Hinton .
Sam Shepard .
Samuel Beckett .
Sarah Kane .
Sebastian Barry .
Shirley Jackson .
Stig Dagerman .
Susan Sontag .
Susana Moreira Marques .
Sylvia Plath .
Tennessee Williams .
Teresa Veiga .
Tom Baker .
Truman Capote .
valter hugo mãe .
Vasco Gato .
Vera Lagoa .
Vergílio Ferreira .
Virginia Woolf .
Vladimir Nabokov .
William Faulkner .
Woody Allen .
Yasunari Kawabata .
Yukio Mishima .