Get Out, Jordan Peele, 2017
neste país
neste país os doidos terão sempre divertida audiência
se por mais nada porque não é
com compaixão que se enchem casas de saúde
às vezes é preciso reduzir o mundo a um só círculo de escuridão
e o que seria das nossas farmácias sem longas filas para a gota,
emagrecimento, falta de sono, doenças do coração,
peste e no fundo uma morte lenta que se agarra a tudo
é dentro de uma grande farmácia que uma velha juventude
ainda joga à bola, aos matraquilhos, ao pião
enquanto as mães hesitam entre prozac e xanax
que meninos de bibe aos trinta anos
ligam para a mãe para apurar o grau de concentração
necessário para que o óleo de fígado de bacalhau
garanta um desenvolvimento são
na educação do português
de geração em geração é este o único garante vital
de que este país crescerá forte e sadio
aqui e agora
não acredito que o país do puro pássaro seja possível
ainda que este ano a operação de ouvir o hino nacional
em estádios por toda a frança
chegue para encher de vontade a quase totalidade
de uma classe média
numa considerável porção ainda colonial e racista
que povoa os cafés de ruas
aonde o meu fantasma há-de voltar
e não será para viver todos os momentos
que não viveu junto do mar
nem tão só para repetir a carta aos meus filhos
sobre os fuzilamentos de goya porque essa seria
uma esperança que lhe sairia demasiado cara
como é que eu posso saber
no meio deste inferno periférico
hipotecado a setenta anos
democraticamente manso
e de fraca consciência histórica
que mundo será o vosso meus filhos
nascida de pais portugueses em portugal
os meus filhos nascerão talvez ingleses
liberais de esquerda, leitores de platão,
perfeitamente bilingues, cidadãos do mundo
e até nisso serão mais portugueses do que eu
e é possível que este seja o acto de demagogia que me reste
uma demagogia pobre e zangada tão à portuguesa
que não mata mas mói e portanto pode e deve ser
abraçada em quartos cor-de-rosa por um exército
de meninas vestidas com camisolas do benfica
não tanto porque lhes interesse o futebol mas para
não matar o diálogo intelectual com o namorado
educadas quase só na arte de habitar
a solidão de uma cozinha
onde homem que é homem não entra
e abençoadas pelo fado católico que ainda se escoa
dos rádios dos melhores taxistas da nação
e um poeta com menos discernimento
neste país tão europeu que se enche
de painéis de publicidade em inglês
como selvas se enchem de vegetação
e certos quadros da renascença italiana
se enchem de cabeças cortadas
alinharia aqui os três Fs e concluiria
que não tem sido fácil calcular a distância certa
que nos pode salvar do orgulho de estar sós
sem grande artifício há no coração desta
bela cidade uma enorme praça de touros
a ternura desarmante e sem dentes
de todos os empregados de mesa
um falo gigante num dos parques principais
a única luz que será cuidadosamente preservada
porque esta é a que chega para combater a dor, a tristeza
e a ruína esfomeada de tudo o que cresce ou não cresce à volta
e o poeta que esta noite fechar a sua janela sobre o tejo
sabe que só é preciso fechar os olhos a metade
ou mesmo olhar para tudo com um olho a menos
para poder continuar a amar em paz o resto
Tatiana Faia
se por mais nada porque não é
com compaixão que se enchem casas de saúde
às vezes é preciso reduzir o mundo a um só círculo de escuridão
e o que seria das nossas farmácias sem longas filas para a gota,
emagrecimento, falta de sono, doenças do coração,
peste e no fundo uma morte lenta que se agarra a tudo
é dentro de uma grande farmácia que uma velha juventude
ainda joga à bola, aos matraquilhos, ao pião
enquanto as mães hesitam entre prozac e xanax
que meninos de bibe aos trinta anos
ligam para a mãe para apurar o grau de concentração
necessário para que o óleo de fígado de bacalhau
garanta um desenvolvimento são
na educação do português
de geração em geração é este o único garante vital
de que este país crescerá forte e sadio
aqui e agora
não acredito que o país do puro pássaro seja possível
ainda que este ano a operação de ouvir o hino nacional
em estádios por toda a frança
chegue para encher de vontade a quase totalidade
de uma classe média
numa considerável porção ainda colonial e racista
que povoa os cafés de ruas
aonde o meu fantasma há-de voltar
e não será para viver todos os momentos
que não viveu junto do mar
nem tão só para repetir a carta aos meus filhos
sobre os fuzilamentos de goya porque essa seria
uma esperança que lhe sairia demasiado cara
como é que eu posso saber
no meio deste inferno periférico
hipotecado a setenta anos
democraticamente manso
e de fraca consciência histórica
que mundo será o vosso meus filhos
nascida de pais portugueses em portugal
os meus filhos nascerão talvez ingleses
liberais de esquerda, leitores de platão,
perfeitamente bilingues, cidadãos do mundo
e até nisso serão mais portugueses do que eu
e é possível que este seja o acto de demagogia que me reste
uma demagogia pobre e zangada tão à portuguesa
que não mata mas mói e portanto pode e deve ser
abraçada em quartos cor-de-rosa por um exército
de meninas vestidas com camisolas do benfica
não tanto porque lhes interesse o futebol mas para
não matar o diálogo intelectual com o namorado
educadas quase só na arte de habitar
a solidão de uma cozinha
onde homem que é homem não entra
e abençoadas pelo fado católico que ainda se escoa
dos rádios dos melhores taxistas da nação
e um poeta com menos discernimento
neste país tão europeu que se enche
de painéis de publicidade em inglês
como selvas se enchem de vegetação
e certos quadros da renascença italiana
se enchem de cabeças cortadas
alinharia aqui os três Fs e concluiria
que não tem sido fácil calcular a distância certa
que nos pode salvar do orgulho de estar sós
sem grande artifício há no coração desta
bela cidade uma enorme praça de touros
a ternura desarmante e sem dentes
de todos os empregados de mesa
um falo gigante num dos parques principais
a única luz que será cuidadosamente preservada
porque esta é a que chega para combater a dor, a tristeza
e a ruína esfomeada de tudo o que cresce ou não cresce à volta
e o poeta que esta noite fechar a sua janela sobre o tejo
sabe que só é preciso fechar os olhos a metade
ou mesmo olhar para tudo com um olho a menos
para poder continuar a amar em paz o resto
Tatiana Faia
minha fantasma
hoje a vizinha deu-me nos nervos. a campainha tocou um milhão de vezes.
não atendeu nenhuma.
que tipo de gente não atende um sinal tão insistente e urgente?
sei que ela estava lá. o crec-crec da rede e campainha todo o dia numa sinfonia de loucos.
lembro agora que também não atendo ninguém.
não sei porquê minha fantasma.
Nina Rizzi
não atendeu nenhuma.
que tipo de gente não atende um sinal tão insistente e urgente?
sei que ela estava lá. o crec-crec da rede e campainha todo o dia numa sinfonia de loucos.
lembro agora que também não atendo ninguém.
não sei porquê minha fantasma.
Nina Rizzi
on being asked for an animal poem
Eu nunca tinha ouvido direito o arrulho dos pombos urbanos. Criaturas arredias, costumamos manter uma distância respeitosa em locais públicos. Mas eles encontraram um recesso nas colunas do prédio, ao lado da janela do quarto, para descansar. E eu enfim pude prestar atenção.
Há gru-grus curtos, rotineiros, de sala de estar. Uns grus mais longos, como perguntas. Há duetos de gru-gru-guaque-guaques desafiantes quando outros pombos pousam no esconderijo. E uns lamentos que duram vários segundos, sobretudo ao amanhecer. Eu não sabia que pombos uivavam.
Não li a respeito de sua gramática. Não me ajudaria a entender muita coisa; aprenderia, por exemplo, que um gru-u como o das corujas pode ser sinal de problemas cardíacos, mas jamais chegaria ao inescrutável coração do pombo.
De qualquer modo, fiquei com os arrulhos na cabeça. Decidi fazer um cocar. Falei com P. a respeito. Abri a janela e procurei penas grandes, como vemos nos cálamos de antigamente ou nas fotos de banco de imagem. Mas só havia penas pequenininhas. Acho que se sentem confortáveis ali.
Vim para a serra com os pombos na cabeça, pensando no que significaria fazer um cocar, desses que podemos de fato colocar na cabeça. Se eu vestisse um cocar de pombos e publicasse nas redes sociais. Nas minhas habilidades de artesão. No poema "Um boi vê os homens" do Drummond. Na impossibilidade de ser pombo para além dos exercícios de ator e das filosofias francesas. P. ficou na capital. Decidi deixar o devir para os filósofos que envelheceram sem maldade.
Um dia ela tropeçou na cornucópia. A cada esquina, uma pena de pombo, duas, penas enormes, cor de asfalto, que ela foi colecionando para mim. Encontrei uma caminhando nas montanhas, onde quase não há pombos, mas a perdi. As penas se davam a ela e somente a ela. Hoje, quando estamos andando pela cidade, ainda encontramos várias penas, o que não deixa de ser bem esquisito.
Victor Heringer
Há gru-grus curtos, rotineiros, de sala de estar. Uns grus mais longos, como perguntas. Há duetos de gru-gru-guaque-guaques desafiantes quando outros pombos pousam no esconderijo. E uns lamentos que duram vários segundos, sobretudo ao amanhecer. Eu não sabia que pombos uivavam.
Não li a respeito de sua gramática. Não me ajudaria a entender muita coisa; aprenderia, por exemplo, que um gru-u como o das corujas pode ser sinal de problemas cardíacos, mas jamais chegaria ao inescrutável coração do pombo.
De qualquer modo, fiquei com os arrulhos na cabeça. Decidi fazer um cocar. Falei com P. a respeito. Abri a janela e procurei penas grandes, como vemos nos cálamos de antigamente ou nas fotos de banco de imagem. Mas só havia penas pequenininhas. Acho que se sentem confortáveis ali.
Vim para a serra com os pombos na cabeça, pensando no que significaria fazer um cocar, desses que podemos de fato colocar na cabeça. Se eu vestisse um cocar de pombos e publicasse nas redes sociais. Nas minhas habilidades de artesão. No poema "Um boi vê os homens" do Drummond. Na impossibilidade de ser pombo para além dos exercícios de ator e das filosofias francesas. P. ficou na capital. Decidi deixar o devir para os filósofos que envelheceram sem maldade.
Um dia ela tropeçou na cornucópia. A cada esquina, uma pena de pombo, duas, penas enormes, cor de asfalto, que ela foi colecionando para mim. Encontrei uma caminhando nas montanhas, onde quase não há pombos, mas a perdi. As penas se davam a ela e somente a ela. Hoje, quando estamos andando pela cidade, ainda encontramos várias penas, o que não deixa de ser bem esquisito.
Victor Heringer
PREVISÕES PARA 2017
CÂNCER
(22/06–23/07)
Amor
Um bom conselho acerta em cheio o peito, mas um velho presságio acerta entre os olhos.
Coloque um chicote na sua bolsa.
Trabalho
As ações não vêm sempre do pensamento, assim como as palavras não vêm sempre do pensamento, assim como progredir não significa andar para frente, a repetição nunca existiu. Não subestime suas mãos, deixe elas empurrarem. Não force, cuide de suas ideias, raspe.
Saúde
Sua cabeça bate numa cabeça invisível na bruma.
Passe creme. Não aumente sua casa.
Você não desperdiçou o dia, nem a noite.
Você pode se manter no ar.
Tente uma corda.
Não se preocupe.
Você vai ter a pele renovada.
Laura Vazquez & Arno Calleja
(22/06–23/07)
Amor
Um bom conselho acerta em cheio o peito, mas um velho presságio acerta entre os olhos.
Coloque um chicote na sua bolsa.
Trabalho
As ações não vêm sempre do pensamento, assim como as palavras não vêm sempre do pensamento, assim como progredir não significa andar para frente, a repetição nunca existiu. Não subestime suas mãos, deixe elas empurrarem. Não force, cuide de suas ideias, raspe.
Saúde
Sua cabeça bate numa cabeça invisível na bruma.
Passe creme. Não aumente sua casa.
Você não desperdiçou o dia, nem a noite.
Você pode se manter no ar.
Tente uma corda.
Não se preocupe.
Você vai ter a pele renovada.
Laura Vazquez & Arno Calleja
tell me
Tell me Mr. Death
Date, Time, Place.
I have to look for my
Life-of-sin panties,
Make an appointment
For a pedicure.
Eunice de Souza
Date, Time, Place.
I have to look for my
Life-of-sin panties,
Make an appointment
For a pedicure.
Eunice de Souza
os vermes
os
vermes
nascem
dos nossos
buracos
os vermes
lambem
nossos
ofícios
dançam
com seus
corpos
desengonçados
mordiscam
a carne
dos entes
malditos e
queridos
os
vermes
possuem
vários
bailados
às vezes
de terno e
gravata
caneta
dourada
de toga
ou coturnos
há vermes
que posam
ostentando
insígnias
e distintivos
os
vermes
também
são seres
queridos
mastigam
da merda
o que lhes
mantem
vivos
sem fastio
degustam
cartilagens
e celuloses
nas estantes
de livros
ou nas gavetas
de corpos
os vermes
telúricos
são todos
destinos
os
vermes
infligem
na dureza
dos versos
que pele
e firulas
músculos
e diabruras
são belezas
vãs
os vermes
sustentam
o descascar
vertigens
descamam
nervo a nervo
o linguajar
dos ermos
deixando
no poeta
e no poema
o que o tempo
lhe deseja
- os ossos
que lhe
proteja
a eloquência
dos ossos
aqui esteja
Philippe Wollney
vermes
nascem
dos nossos
buracos
os vermes
lambem
nossos
ofícios
dançam
com seus
corpos
desengonçados
mordiscam
a carne
dos entes
malditos e
queridos
os
vermes
possuem
vários
bailados
às vezes
de terno e
gravata
caneta
dourada
de toga
ou coturnos
há vermes
que posam
ostentando
insígnias
e distintivos
os
vermes
também
são seres
queridos
mastigam
da merda
o que lhes
mantem
vivos
sem fastio
degustam
cartilagens
e celuloses
nas estantes
de livros
ou nas gavetas
de corpos
os vermes
telúricos
são todos
destinos
os
vermes
infligem
na dureza
dos versos
que pele
e firulas
músculos
e diabruras
são belezas
vãs
os vermes
sustentam
o descascar
vertigens
descamam
nervo a nervo
o linguajar
dos ermos
deixando
no poeta
e no poema
o que o tempo
lhe deseja
- os ossos
que lhe
proteja
a eloquência
dos ossos
aqui esteja
Philippe Wollney
breakable
(...)
E tenho ternura cantável:
Um cântaro a transbordar
Para alguém ruir e quebrar.
Rui Lage
E tenho ternura cantável:
Um cântaro a transbordar
Para alguém ruir e quebrar.
Rui Lage
uma delícia
Que amor que encanto faça favor
Ah pois a emancipação é um
chazinho-de-quinta-feira-à-tarde
Todas trazem qualquer coisa para mastigar
Sirva-se sinto-me tão livre por quem é por quem é
O seu marido minha querida não deve beijar
pior que o seu cão Labrador
Não obrigada a linha sabe como é
O que aqui falta é um poeta a invocar o amor
Mas os mosquitos os mosquitos que horror
Minha distinta querida caríssima amiga
Senhora Doutora faça favor
Eu leio-a eu gramo-a eu gabo-a eu mimo-a eu lambo-
-me toda por poemas seus com um chazinho biscoitos?
Obrigadinho
Ulla Hahn, A sede entre os limites, versão de João Barrento
Ah pois a emancipação é um
chazinho-de-quinta-feira-à-tarde
Todas trazem qualquer coisa para mastigar
Sirva-se sinto-me tão livre por quem é por quem é
O seu marido minha querida não deve beijar
pior que o seu cão Labrador
Não obrigada a linha sabe como é
O que aqui falta é um poeta a invocar o amor
Mas os mosquitos os mosquitos que horror
Minha distinta querida caríssima amiga
Senhora Doutora faça favor
Eu leio-a eu gramo-a eu gabo-a eu mimo-a eu lambo-
-me toda por poemas seus com um chazinho biscoitos?
Obrigadinho
Ulla Hahn, A sede entre os limites, versão de João Barrento
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Arquivo
~
poemário daqui
A. M. Pires Cabral
Abel Neves
Adília Lopes
Adolfo Casais Monteiro
Agustina Bessa-Luís
Al Berto
Albano Martins
Alberto Pimenta
Alexandra Malheiro
Alexandre Nave
Alexandre O'Neill
Alice Turvo
Alice Vieira
Almada Negreiros
Américo António Lindeza Diogo
Ana Bessa Carvalho
Ana C.
Ana Caeiro
Ana Cristina César
Ana Duarte
Ana Hatherly
Ana Luísa Amaral
Ana Marques Gastão
Ana Martins Marques
Ana Paula Inácio
Ana Salomé
Ana Tecedeiro
Ana Teresa Pereira
Ana Tinoco
André Tomé
Andreia C. Faria
Angélica Freitas
Ângelo de Lima
Aníbal Fernandes
António Amaral Tavares
António Botto
António Dacosta
António Franco Alexandre
António Gancho
António Gedeão
António Gregório
António José Forte
António Manuel Pires Cabral
António Maria Lisboa
António Mega Ferreira
António Osório
António Pedro
António Quadros Ferro
António Ramos Pereira
António Ramos Rosa
António Rebordão Navarro
António Reis
António S. Ribeiro
Armando Baptista-Bastos
Armando Silva Carvalho
Artur do Cruzeiro Seixas
Bénédicte Houart
Bruno Béu
Bruno Sousa Villar
Camilo Castelo Branco
Camilo Pessanha
Carlos Alberto Machado
Carlos Bessa
Carlos de Oliveira
Carlos Eurico da Costa
Carlos Mota de Oliveira
Carlos Poças Falcão
Carlos Soares
Casimiro de Brito
Catarina Nunes de Almeida
Cesário Verde
Cláudia R. Sampaio
Cruzeiro Seixas
Daniel Faria
Daniel Filipe
David Mourão-Ferreira
David Teles Pereira
Delfim Lopes
Dulce Maria Cardoso
Eastwood da Silva
Eduarda Chiote
Egito Gonçalves
Ernesto Sampaio
Eugénio de Andrade
Eugénio Lisboa
Fernando Assis Pacheco
Fernando Esteves Pinto
Fernando Lemos
Fernando Pessoa
Fernando Pinto do Amaral
Fiama Hasse Pais Brandão
Filipa Leal
Filipe Homem Fonseca
Florbela Espanca
Frederico Pedreira
gil t. sousa
Golgona Anghel
Gonçalo M. Tavares
Helder Moura Pereira
Helena Carvalho
Helga Moreira
Hélia Correia
Henrique Manuel Bento Fialho
Henrique Risques Pereira
Herberto Hélder
Inês Dias
Inês Fonseca Santos
Inês Lourenço
Isabel Meyrelles
Joana Morais Varela
Joana Serrado
João Almeida
João Bénard da Costa
João Cabral de Melo Neto
João Camilo
João Damasceno
João Ferreira Oliveira
João Habitualmente
João Luís Barreto Guimarães
João Maia
João Manuel Ribeiro
João Miguel Henriques
João Pacheco
João Pereira Coutinho
João Rodrigues
João Vasco Coelho
Joaquim Manuel Magalhães
Joaquim Pessoa
Jorge Carrera Andrade
Jorge de Sena
Jorge Gomes Miranda
Jorge Melícias
Jorge Roque
Jorge Sousa Braga
José Agostinho Baptista
José Alberto Oliveira
José Amaro Dionísio
José António Franco
José Cardoso Pires
José Carlos Barros
José Carlos Soares
José Efe
José Gomes Ferreira
José Manuel de Vasconcelos
José Mário Silva
José Miguel Silva
José Pascoal
José Ricardo Nunes
José Rui Teixeira
José Saramago
José Sebag
José Tolentino Mendonça
Judith Teixeira
Leitão de Barros
Leonor Castro Nunes
Luís Miguel Nava
Luís Quintais
Luiza Neto Jorge
Madalena de Castro Campos
Mafalda Gomes
Manuel A. Domingos
Manuel António Pina
Manuel Cintra
Manuel da Silva Ramos
Manuel de Castro
Manuel de Freitas
Manuel Fúria
Manuel Gusmão
Marcelino Vespeira
Margarida Vale de Gato
Maria Ângela Alvim
Maria Azenha
Maria do Rosário Pedreira
Maria Gabriela Llansol
Maria João Lopes Fernandes
Maria Judite de Carvalho
Maria Keil
Maria Mergulhão
Maria Sousa
Maria Teresa Horta
Maria Velho da Costa
Mário Cesariny
Mário Contumélias
Mário de Sá-Carneiro
Mário Dionísio
Mário Quintana
Mário Rui de Oliveira
Mário-Henrique Leiria
Marta Chaves
Matilde Campilho
Mendes de Carvalho
Miguel Cardoso
Miguel Martins
Miguel Sousa Tavares
Miguel Torga
Miguel-Manso
Nuno Araújo
Nuno Bragança
Nuno Júdice
Nuno Moura
Nuno Ramos
Nuno Travanca
Patrícia Baltazar
Paulo José Miranda
Pedro Jordão
Pedro Loureiro
Pedro Mexia
Pedro Oom
Pedro Santo Tirso
Pedro Sena-Lino
Pedro Tamen
Pedro Tiago
Piedade Araujo Sol
Raquel Nobre Guerra
Raquel Serejo Martins
Raul de Carvalho
Raul Malaquias Marques
Regina Guimarães
Reinaldo Ferreira
Renata Correia Botelho
Ricardo Adolfo
Rosa Alice Branco
Rosa Maria Martelo
Rui Almeida
Rui Baião
Rui Caeiro
Rui Cóias
Rui Costa
Rui Knopfli
Rui Lage
Rui Manuel Amaral
Rui Nunes
Rui Pedro Gonçalves
Rui Pires Cabral
Rute Mota
Ruy Belo
Ruy Cinatti
Ruy Ventura
Samuel Úria
Sandra Andrade
Sandra Costa
Sebastião Alba
Sílvio Mendes
Soares de Passos
Sofia Crespo
Sofia Leal
Sophia de Mello Breyner Andresen
Tatiana Faia
Teixeira de Pascoaes
Teresa Balté
Teresa M. G. Jardim
Tiago Araújo
Tiago Gomes
valter hugo mãe
Vasco Gato
Vasco Graça Moura
Vítor Nogueira
Yvette K. Centeno
poemário dali
A. E. Housman
Abbas Kiarostami
Abel Feu
Adelaide Ivánova
Adélia Prado
Adrienne Rich
Agota Kristof
Al Purdy
Alberto Tugues
Alda Merini
Aldous Huxley
Alejandra Pizarnik
Alejandro Jodorowsky
Alexander Demidov
Alfredo Veiravé
Alice Walker
Allen Ginsberg
Amalia Bautista
Amiri Baraka
Amy Lowell
Amy M. Homes
Ana Merino
André Breton
Andrés Trapiello
Angela Carter
Anis Mojgani
Anna Akhmatova
Anna Kamienska
Anne Carson
Anne Perrier
Anne Sexton
Antonia Pozzi
Antonin Artaud
Antonio Gamoneda
Antonio Orihuela
Antonio Pérez Morte
Antonio Sáez Delgado
Arnold Lobel
Arseny Tarkovsky
Arthur Rimbaud
Basilio Sánchez
Benjamín Prado
Bernard-Marie Koltès
Billy Collins
Boris Vian
Brett Elizabeth Jenkins
Brian Andreas
Brian Patten
Carl Phillips
Carl Sandburg
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Edmundo de Ory
Carlos Marzal
Carmen Gloria Berríos
Carol Ann Duffy
Cecília Meireles
Cesare Pavese
Charles Baudelaire
Charles Bukowski
Charles Dana Gibson
Charles M. Schulz
Chen Bolan
Christoph Wilhelm Aigner
Clarice Lispector
Constantino Cavafy
Corey Zeller
Countee Cullen
Cristopher Painter
Cristovam Pavia
Czesław Miłosz
Damien Sevhac
Daniel Clowes
Daniel Francoy
Daniel Pennac
Daphne Gottlieb
David Bowie
David Lagmanovich
David Lehman
Delia Brown
Delmore Schwarts
Derek Walcott
Derrick Brown
Diamanda Galás
Diane Ackerman
Djuna Barnes
Don Herold
Dorianne Laux
Dorothea Lasky
Dorothy Parker
Douglas Huebler
Dylan Thomas
E. E. Cummings
E. Ethelbert Miller
E. M. Cioran
Edgar Allan Poe
Edna O'Brien
Eduarda Chiote
Eduardo Bechara
Eeva-Liisa Manner
Egito Gonçalves
Eleanor Farjeon
Elías Moro
Elie Wiesel
Elis Regina
Elizabeth Bishop
Elizabeth Ross Taylor
Else Lasker-Schuler
Elsie Wood
Emily Dickinson
Emily Kagan Trenchard
Erin Dorsey
Eunice de Souza
Fabiano Calixto
Federico Díaz-Granados
Federico García Lorca
Félix Grande
Fernando Arrabal
Fernando Caio de Abreu
Fernando Echevarría
Fernando Gandra
Ferreira Gular
Forough Farrokhzad
Francisco Madariaga
Frank O'Hara
Frederico Pedreira
G. K. Chesterton
Gabriel Celaya
Geir Gulliksen
Georges Bataille
Gerrit Komrij
Giánnis Ritsos
Giovanny Gómez
Glória Gervitz
Gottfried Benn
Guillaume Apollinaire
Günter Kunert
Gustavo Adolfo Bécquer
Gustavo Ortiz
H. P. Lovecraft
Hal Sirowitz
Hans-Ulrich Treichel
Harold Pinter
Harvey Shapiro
Heiner Müller
Heinrich Heine
Helen Mort
Henri Béhar
Henri Michaux
Henry Rollins
Hermann Hesse
Hilda Hilst
Hilde Domin
Hoa Nguyen
Hugh Mackay
Hugo von Hofmannsthal
Hugo Williams
Ingeborg Bachmann
Ingmar Heytze
Isabel Meyrelles
Isabelle McNeill
J. M. Fonollosa
J. R. R. Tolkien
Jack Gilbert
Jack Kerouac
Jack Winter
Jacques Lacan
Jacques Prévert
James L. White
James Rogers
James Tate
Jane Hirshfield
Janet Frame
Jean Baudrillard
Jean Day
Jeanette Winterson
Jenny Joseph
Jenny Schecter
Jesús Llorente
Jim Carroll
Joan Julier Buck
Joan Margarit
Jodi Picoult
Johann Wolfgang Goethe
Johannes Bobrowski
John Ashbery
John Giorno
John Keats
John Mateer
John Updike
Jonathan Littell
Jonathan Safran Foer
Jonathan Swift
Jorge Amado
Jorge Luis Borges
José Eduardo Agualusa
José Gardeazabal
José Mateos
Joseph Brodsky
Joseph Cervavolo
József Attila
Juan José Millás
Juan Ramón Jiménez
Judith Herzberg
Junko Takahashi
Justine Hermitage
Katerina Angheláki-Rooke
Kathy Acker
Kendra Grant
Kenneth Patchen
Kenneth Traynor
Kosntandinos Kavafis
Kristina H.
Langston Hughes
Larissa Szporluk
Lauren Mendinueta
Laurie Anderson
Lawrence Ferlinghetti
Lêdo Ivo
Leila Miccolis
Leonard Cohen
Leonardo Chioda
Leonardo Da Vinci
Leopoldo María Panero
Lewis Carroll
liam ryan
Lígia Reyes
Lord Byron
Lou Andreas-Salomé
Lou Reed
Louis Aragon
Louis Buisseret
Lourdes Espínola
Lucía Estrada
Luis Alberto de Cuenca
Luís Filipe Parrado
Luis García Montero
Malcolm Lowry
Manoel de Barros
Manuel Arana
Marco Mackaaij
Margaret Atwood
María Sánchez
Marianne Boruch
Mariano Peyrou
Marin Sorescu
Marina Colasanti
Martha Carolina Dávila
Martin Amis
Mary Elizabeth Frye
Mary Jo Salter
Mary Oliver
Mary Ruefle
Max Porter
Medlar Lucan & Durian Gray
Melissa Witcombe
Mia Couto
Michael Drayton
Michel Carpassou
Michel Houellebecq
Miguel de Cervantes
Miriam Reyes
Mitch Albom
Morgan Parker
Muhammad al-Maghut
Muriel Rukeyser
Natsume Soseki
Neil Gaiman
Nicanor Parra
Nichita Stanescu
Nicole Blackman
Nina Rizzi
Octavio Paz
Olga Orozco
Omar Khayyam
Osho
Otávio Campos
Pablo Fidalgo Lareo
Pablo García Casado
Pablo Neruda
Pat Boran
Patricia Beer
Patti Smith
Paul Éluard
Paul Géraldy
Paul Theroux
Paulo Leminski
Pentti Saaritsa
Per Aage Brandt
Pere Gimferrer
Philip Larkin
Philip Roth
Philippe Wollney
Pia Tafdrup
Pier Paolo Pasolini
Pierre Reverdy
Piotr Sommer
Rafael Alberti
Rainer Maria Rilke
Ramón Gómez de la Serna
Raúl Gustavo Aguirre
Raymond Carver
Raymond Queneau
Reinaldo Ferreira
Reiner Kunze
Richard Brautigan
Richard Burton
Roald Dahl
Robert Creeley
Robert Frost
Roberto Bolaño
Roberto Fernández Retamar
Roberto Juarroz
Robin Robertson
Rod McKuen
Roger Wolfe
Ron Padgett
Rosa Aliaga Ibañez
Rosemarie Urquico
Rubens Borba de Moraes
Rudyard Kipling
Russell Edson
Ruth Stone
Ryan Montanti
Saiónji Sanekane
Salman Rushdie
Salvador Novo
Sam Shepard
Samuel Beckett
Sandro Penna
Santiago Nazarian
Sei Shonagon
Serge Gainsbourg
Sharon Olds
Shel Silverstein
Silvia Chueire
Silvia Ugidos
Simone de Beauvoir
Somerset Maugham
Stephen Crane
Stephen Wright
Steve Mccaffery
Stevie Smith
Stuart Dischell
Sue Goyette
Susana Cabuchi
Sylvia Plath
T. S. Eliot
Tai Fu Ku
Tanya Davis
Tati Bernard
Tatianna Rei Moonshadow
Tennessee Williams
Thom Gunn
Tiago Fabris Rendelli
Tilly Strauss
Tom Baker
Tom Waits
Toni Montesinos Gilbert
Ulla Hahn
Valentine de Saint-Point
Vicente Aleixandre
Victor Heringer
Victor Prado
Vincenzo Cardarelli
Vinicius de Moraes
Vladimir Maiakovski
Vladimir Nabokov
W. H. Auden
Walt Whitman
Warsan Shire
William Blake
William Butler Yeats
William Carlos Williams
William Shakespeare
Winnie Meisler
Winona Baker
Wislawa Szymborska
Yehuda Amichai
Yohji Yamamoto
Yoko Ono
Yorgos Seferis
Zee Avi
livraria
. A Sul de Nenhum Norte .
. Granta .
Adolfo Bioy Casares .
Al Berto .
Alexandre O'Neill .
Algernon Blackwood .
Ali Smith .
Alice Munro .
Alice Turvo .
Almanaque do Dr. Thackery .
Anaïs Nin .
Anita Brookner .
Ann Beattie .
Annemarie Schwarzenbach .
Anton Tchekhov .
António Ferra .
António Lobo Antunes .
Arthur Miller .
Boris Vian .
Bret Easton Ellis .
Carlos de Oliveira .
Carson McCullers .
Charles Bukowski .
Chuck Palahniuk .
Clarice Lispector .
Conde de Lautréamont .
Cormac McCarthy .
Cristiane Lisbôa .
Donald Barthelme .
Doris Lessing .
Dulce Maria Cardoso .
Edith Wharton .
Eileen Chang .
Elena Ferrante .
Enrique Vila-Matas .
Erasmo de Roterdão .
Ernest Hemingway .
Ernesto Sampaio .
F. Scott Fitzgerald .
Fernando Pessoa .
Flannery O'Connor .
Florbela Espanca .
Françoise Sagan .
Franz Kafka .
Frida Kahlo .
Gabriel García Márquez .
Gonçalo M. Tavares .
Graça Pina de Morais .
Gustave Flaubert .
Guy de Maupassant .
Harold Pinter .
Haruki Murakami .
Henri Michaux .
Herberto Hélder .
Hunter S. Thompson .
Irene Lisboa .
Irène Némirovsky .
Italo Calvino .
J. D. Salinger .
Jack Kerouac .
James Joyce .
Jean Cocteau .
Jean Genet .
Jean Meckert .
Jean-Paul Sartre .
Jeffrey Eugenides .
Jim Cartwright .
Joan Didion .
John Cheever .
José Jorge Letria .
José Saramago .
Josep Pla .
Julian Barnes .
Julio Cortázar .
Karen Blixen .
Kate Chopin .
Katherine Mansfield .
Kurt Vonnegut .
Lázaro Covadlo .
Lillian Hellman .
Luís de Sttau Monteiro .
Luís Miguel Nava .
Luiz Pacheco .
Lydia Davis .
Lygia Fagundes Telles .
Malcolm Lowry .
Manuel Hermínio Monteiro .
Manuel Jorge Marmelo .
Marcel Proust .
Margaret Atwood .
Marguerite Duras .
Marguerite Yourcenar .
Marina Tsvetáeva .
Mário C. Brum .
Mário-Henrique Leiria .
Mark Lindquist .
Marquis de Sade .
Max Aub .
Miguel Castro Henriques .
Miguel Esteves Cardoso .
Miguel Martins .
Milan Kundera .
Natalia Ginzburg .
Neil Gaiman .
Nick Cave .
Norman Rush .
Orhan Pamuk .
Oscar Wilde .
Paul Auster .
Paulo Rodrigues Ferreira .
Pedro Mexia .
Penelope Fitzgerald .
Pierre Louÿs .
Rainer Maria Rilke .
Rainer Werner Fassbinder .
Raul Brandão .
Ray Bradbury .
Rebecca West .
Regina Guimarães .
Richard Yates .
Roland Barthes .
Roland Topor .
Rolf Dieter Brinkmann .
Rui Nunes .
S. E. Hinton .
Sam Shepard .
Samuel Beckett .
Sarah Kane .
Sebastian Barry .
Shirley Jackson .
Stig Dagerman .
Susan Sontag .
Susana Moreira Marques .
Sylvia Plath .
Tennessee Williams .
Teresa Veiga .
Tom Baker .
Truman Capote .
valter hugo mãe .
Vasco Gato .
Vera Lagoa .
Vergílio Ferreira .
Virginia Woolf .
Vladimir Nabokov .
William Faulkner .
Woody Allen .
Yasunari Kawabata .
Yukio Mishima .